Menongue – O engenheiro ambiental Lussau António, professor do Instituto Médio Politécnico 31 de Janeiro, destacou, nesta quinta-feira, o reforço das campanhas de educação ambiental na prevenção das alterações climáticas e preservação da fauna e da flora.
Lussau António, que apresentava a palestra sobre as alterações climáticas, desafios éticos e impactos, no quadro da jornada comemorativa ao 31 de Janeiro, Dia Nacional do Ambiente, realçou a componente formativa, acrescentando que a educação acarrecta os aspectos de base para se elevar o compromisso da conservação do meio ambiente natural no seio da população.
Conforme o professor, para além das campanhas de sensibilização e educação ambiental, a sua instituição tem promovido acções como a plantação de árvores no casco urbano e nas zonas periféricas da cidade, em bairros que vão nascendo, no sentido de poder mitigar os impactos nefastos que se tem verificados nas comunidades.
“ Durante a sua vivência o homem desenvolve actividades que acarrectam danos na natureza, razão pela qual vão sendo diagnosticados vários problemas, como o abate indiscriminado das árvores, sendo que, para se inverter o quadro, torna-se urgente reforçar as campanhas de sensibilização e educação ambiental”, sublinhou.
Para Lussau António, outro aspecto que concorre para as alterações climáticas são as queimadas anárquicas, protagonizadas pela população no quadro da actividade agrícola de subsistência, em que, por falta de orientação técnica e científica, são realizadas queimadas e desmatamentos no início de cada ciclo agrícola.
Uma questão que, segundo o professor, tem sido muito debatida no sentido de transmitir às comunidades para que mudem tal atitude, porque, para além de lesar a atmosfera, causa danos na capacidade nutritiva dos solos.
O professor das cadeiras de impacto e educação ambiental explicou que o impacto das alterações climáticas não se verifica só na mudança do regime das chuvas, mas também no aquecimento global e na capacidade e dinâmica de evapotranspiração dos solos, com a tendência de evaporar toda a humidade existente nos solos que, pela capacidade nutritiva que suporta, vai se tornando mais seca e vai perdendo a sua fertilidade.
Neste particular, alertou que as alterações climáticas impactam negativamente na produção agrícola e causam escassez alimentar, tendo salientado que, no processo de queima dos combustíveis fósseis, os gases emigram para a atmosfera e concorrem automaticamente para o aumento do aquecimento no planeta, assim como o problema da mudança do regime das chuvas.
Noutra abordagem, a professora de economia da água e gestão ambiental, Bruna Terramoto, realçou a importância da implementação de ecopontos, locais específicos para o depósito e vendas dos resíduos, perto dos mercados e grandes centros de concentração populacional, por ter um enorme aglomerado de resíduos.
A professora considera que a colocação dos ecopontos seria também uma forma de consciencializar a população de que os resíduos podem representar uma fonte de renda, principalmente para jovens desempregados, pois teriam a oportunidade de fazer o processo de captação dos resíduos, não simplesmente nos contentores como se regista, mas fazer a captação porta-a-porta e depois proceder à comercialização ou troca nos ecopontos.
“ Por exemplo, um quilograma de plástico podia ter um valor já fixado e depois as empresas transformadoras fariam a compra nos ecopontos, como uma forma de troca de resíduo por renda”, concluiu.
O 31 de Janeiro foi constituído Dia Nacional do Ambiente em 1976, com objectivo de despertar as pessoas para a necessidade de protecção do ambiente. MSM/FF