Huambo – O director do gabinete do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários no Huambo, Darcy Morguier, prometeu, esta terça-feira, responsabilizar civil e criminalmente os autores das queimadas anárquicas, com objectivo de desencorajar tais práticas.
Ao falar à imprensa, o responsável disse que a instituição vai trabalhar com os órgãos de defesa e segurança para a identificação dos cidadãos que insistem em atear fogo em perímetros florestais e em outras nativas.
Segundo o responsável, que se escusou mencionar as zonas mais devastadas da província do Huambo, em consequência das queimadas anárquicas, o fogo na vegetação causa enormes prejuízos ao sistema hidrológico do solo, pois a afecta a sua capacidade de infiltração, armazenamento e retenção da água, para além dos riscos de aparecimentos de ravinas.
Acrescentou que estas queimadas provocam, igualmente, a extinção de diversas espécies de animais, importantes para o ecossistema.
Por isso, Darcy Morguier disse que a instituição tem levado a cabo campanhas de sensibilização das comunidades urbanas e rurais, sobre a importância da preservação das florestas e da plantação de árvores em quintais, para tornar o ambiente cada vez mais saudável.
A província do Huambo é uma das regiões do país ricas em solos hídricos e plantações florestais, como rios, pinheiro, cedro, eucalipto e outros, com os quais se pode tirar muitos rendimentos, numa altura que em que o governo aposta, também, na agricultura ecológica para o auto-sustento das famílias.
Estudos apontam que os recursos florestais são complexos e têm “mil utilidades”, servindo de lar de cerca de 80% das espécies de anfíbios, 75% das aves, 68% dos mamíferos e uma fonte inestimável para a subsistência de pelo menos 2,4 mil milhões de pessoas em todo o mundo, que dela dependem para a sobrevivência.
No entanto, o desmatamento e a degradação florestal, causados pela produção de carvão, queimadas e incêndios florestais, exploração de madeira, minerais e outras, têm vindo a reduzir a cobertura florestal, aumentando assim, a emissão de gases de efeito estufa, fenómeno da seca e o avanço silencioso do deserto.
Vale lembrar que, entre os anos 2006 e 2018, pelo menos 20 mil hectares foram devastados na província do Huambo, com destaque para o perímetro florestal do Sanguengue, no município do Cachiungo, e o de Sandenda, na Caála.
As outras florestas plantadas que, também, perderam parte das suas árvores são as do Cuima, no município da Caála, e Mundundo, no município do Ucuma.