Cuito - O Governo do Bié alertou hoje, na cidade do Cuito, a necessidade das nove cooperativas diamantíferas existentes na província cumprirem com a Lei do Ambiente, visando a conservação do ecossistema.
O apelo foi manisfetado pelo director do Gabinete do Desenvolvimento Económico Integrado, Figueiredo Canguende, durante o primeiro encontro com as cooperativas diamantíferas locais.
O responsável sublinhou que, das nove existentes, apenas quatro cumprem com a Lei ambiental.
Apesar do Governo estar ainda numa fase pedagógica, Figueiredo Canguende pretende que este quadro seja melhorado o mais rápido possível, sob pena dos infractores serem sancionados com multas pesadas nos próximos tempos.
A proteção do ambiente, que se quer, segundo ele, tem a ver com a reposição dos solos, estudos ambientais, manter o curso normal dos rios em zonas onde se explora o diamante, conservação da biodiversidade, entre outros.
Por outro lado, assegurou que, no caso das mesmas continuarem no incumprimento, não poderão transitar de cooperativas semi-industrial para a industrial, que deverá ocorrer este ano.
Figueiredo Canguende aconselhou ainda os responsáveis destas empresas a inscreverem os trabalhadores no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Por sua vez, a directora do Gabinete do Ambiente, Serviços Comunitários e Resíduos Sólidos, Josefina Massoxi, denunciou a falta de licença ambiental nas nove cooperativas.
Esta documentação, de acordo com a responsável, é que assegura a continuidade da exploração deste recurso e também da mudança de semi-industrial para a industrial.
Josefina Massoxi confirmou haver pouco investimento destas cooperativas na criação de espaços verdes, estufas, entre outras, que visem a proteção do meio ambiente, recomendando, por isso, a reverterem este quadro a partir do presente ano.
Já a consultora do governador do Bié para o sector de extracção e produção, Maria Lúcia Chicapa, exortou aos responsáveis das áreas diamantíferas a se lembrarem da responsabilidade social assumida com o Estado, de modo a se atingir, cada vez mais, uma melhoria de condições de vida das populações locais.
Maria Lúcia Chicapa asseverou que, tais obrigações sociais, têm a ver com a implementação de escolas, unidades sanitárias, distribuição de água potável, fornecimento de energia, doações de medicamentos, livros e outros, bem como a reabilitação de pontes e estradas.
A ideia, segundo Maria Lúcia Chicapa, é deixar desenvolvida as localidades onde se exploram diamantes, assim como alterar o nível de vida destas comunidades, num curto espaço de tempo, ajudando, assim, o Governo a melhorar o bem-estar das famílias.
Entretanto, de modo geral, as cooperativas comprometeram-se a alterar o actual cenário.
Por outra, solicitaram créditos bancários e outros apoios das autoridades governamentais, que merecerão, de acordo com o director do Gabinete do Desenvolvimento Económico Integrado, a advocacia do Governo junto da banca.
As nove cooperativas diamantíferas do Bié, que contam com 856 trabalhadores, produziram, em 2022, 36 mil quilates, que permitiu arrecadar aos cofres do Estado mais de 80 milhões de kwanzas.JEC/PLB