Chicala-Cholohanga – O projecto Horto-Huambo, implantado no sector do Essaque, município do Chicala-Cholohanga, pretende atingir, em média anual, um milhão de mudas florestais, com o objectivo de contribuir no repovoamento florestal do país.
O desejo foi manifestado, esta terça-feira, à ANGOP, pelo responsável do projecto, Juliano Sayeveta Nguli, quando falava da iniciava, que conta, actualmente, com mais de 300 mil mudas florestais.
Sem revelar o investimento aplicado, disse tratar-se de plantas de cedro, eucalipto, pinheiro elliottii, pinheiro bravo e pinheiro-silvestre.
O responsável disse que o projecto, criado em 2009, tem condições para alcançar os objectivos preconizados, apesar das dificuldades que enfrenta, com realce para o acesso ao crédito bancário.
Para o alcance desse desiderato, o responsável adiantou que o projecto conta com viveiros nas localidades de Changuili e Santo Amaro, no município da Chicala-Cholohanga, província do Huambo, onde, também, se encontra o posto de comercialização, concretamente no sector do Essaque, para além de Benguela e Luanda.
Disse haver um grande interesse, tanto das autoridades governamentais, como de empresas e particulares, na aquisição das mudas, daí a necessidade de se trabalhar, cada vez mais, na criação de viveiros e preparo de sementes, para se atingir a produção de um milhão de plantas/ano.
Juliano Sayeveta Nguli informou que, apesar da procura, o projecto enfrenta dificuldades de escoamento da produção e de aquisição de bolsas no mercado nacional, pois deixou de importar de Portugal, em consequência da crise económico-financeira.
De igual modo, disse, o projecto, suportado por um furo de água equipado com painéis solares, debate-se com a carência de energia eléctrica da rede pública, que daria um impulso substancial na mecanização da agricultura e da produção de mudas.
Mudas ornamentais
O responsável disse que o projecto engloba, também, a produção de mudas ornamentais e floriculturas, com um total de 20 mil plantas de várias espécies.
Trata-se das variedades margarida, dália, cedro italiano, buganvílias, crotalárias, amoreiras, cato, palmeiras, acácias amarelas, acácias rubras, acácias mangi, Ipês amarelo e roxo, ligo estrume, entre outras.
Juliano Sayeveta Nguli disse que o projecto tem estado, igualmente, a promover campanhas de sensibilização ambiental da população, com a distribuição gratuita de mudas ornamentais aos cidadãos, com o objectivo de participarem nas estratégias de arborização das aldeias, comunas e sedes municipais, olhando pela importância das plantas para a sobrevivência humana.
Destacou a necessidade da população reflectir sobre a má gestão dos perímetros florestais, pois cada devia ter a consciência de plantar, pelo menos 10 árvores, sempre que cortar uma, para uma melhor preservação deste recurso primordial para a sobrevivência humana.
Produção frutífera
Acrescentou que a iniciativa produz, ainda, mudas frutíferas em ambiente melhorado, resultantes do processo de enxertia, como limoeiros, laranjeiras, abacateiros, goiabeiras, mangueiras, anoneiras, tangerineiras, com um total de 300 mil plantas em viveiros.
Contam, igualmente, com mudas de hortaliças diversas, na sua maioria, à semelhança das frutíferas, produzidas por encomenda.
Assegurado por 45 trabalhadores efectivos e reforçados, em alguns casos, com mais de 100 eventuais, o projecto Horta-Huambo, que clama por financiamento da banca, tem como principais mercados as provinciais de Benguela, Bié, Cabinda, Cuando Cubango, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Cunene, Huambo, Huíla e Luanda.
Conforme Juliano Sayeveta Nguli, a direcção do projecto pretende ainda trabalhar com as universidades, principalmente, no domínio da investigação das mudas produzidas pelo projecto Horto-Huambo. JSV/ALH