Lubango - O presidente da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), Diniz Eurico, propôs ao Executivo a criar políticas de massificação da distribuição do gás de cozinha, para a redução do consumo do carvão, cujo fabrico devasta vastas zonas de mata com o corte de árvores e queimadas.
O carvão vegetal é obtido a partir da carbonização de madeira. No quotidiano é utilizado como combustível de aquecedores, lareira, churrasqueiras e fogões à lenha, além de abastecer alguns sectores industriais, como as siderúrgicas e outras.
A produção de carvão na Huíla, na sua maioria, ainda é feita de forma ilegal e desregrada, pois qualquer um, no local onde se encontra pode cortar árvores e transformar em carvão para posterior comercialização, sem importar-se com os danos ambientais.
Actualmente quem passa as licenças para exploração de carvão é o Instituto de Desenvolvimento Florestal, mas em cada Ano Florestal a instituição passa apenas uma ou duas licenças afim, por existir pouca procura para se fazer está produção de forma legal.
Para o líder religioso, que falava hoje, segunda-feira, no Lubango, o Estado tem, rapidamente, de criar um projecto de massaficação da venda do gás, para que as pessoas reduzam o consumo de carvão e os fabricantes ilegais diminuam aos poucos a sua acção.
Referiu que se não se encontrar uma solução para àqueles que vendem por uma questão de vulnerabilidade, vai-se continuar a assistir à desmatação desenfreada e a ter um ambiente mais comprometido.
O reverendo Diniz Eurico exemplificou os fogões e outros electrodomésticos que funcionavam a petróleo (fogão-primo) anos 80 ou 90 que diminuíam o consumo de carvão, uma possibilidade que devia ser reavaliada e promovida.
“A ideia é trazer soluções para que as pessoas não usem mais o carvão como combustível para a cozinha, para isso é preciso que o gás seja mais barato, vendido massivamente e juntar outros pressupostos”, disse.
Reforçou que não é possível travar a desmatação, se não haver alternativas à população que faz e a que compra.
Em consequência da produção ilegal de carvão vegetal, pelo menos mil a dois mil hectares aráveis são devastados anualmente na Huíla e nos municípios mais afectados destacam-se o Lubango, Caconda, Matala, Chibia, Chipindo, Cuvango e Jamba. EM/MS