Huambo - A ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, mostrou-se hoje, sexta-feira, preocupada com o estado actual do Centro Piloto Agro-Ecológico, inaugurado em 2016, na comuna da Chipipa, município do Huambo.
Em declarações à imprensa, no final de uma visita de trabalho de dois dias na província do Huambo, a governante disse não ter gostado do estado actual da infra-estrutura, por entender que a mesma não tem sido explorada convenientemente.
“Constatamos aqui um Centro Agro-ecológico que, não obstante ter mais de seis anos, praticamente não tem sido explorado convenientemente o que permitiu que ficasse, de certa forma, degradada e tivesse alguns prejuízos”, referiu.
Sem avaliar o nível de degradação e os prejuízos, disse que tal situação preocupa o Departamento Ministerial que dirige, uma vez que terá que efectuar outro investimento avultado para a sua reabilitação.
Entretanto, disse que alguns prejuízos já têm sido repostos, fruto da parceria com Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Outro problema da instituição apontada pela titular da pasta do Ambiente, está relacionado com a falta de água para o processo de irrigação e que para colmatar a situação, foram encontradas várias soluções, com destaque para a adopção do sistema gota a gota, através do aproveitamento das garrafas de plásticos
Ainda assim, continuou, o centro tem recebido comunidades agrícolas no sentido de melhorarem as suas práticas de produção, fazendo uma agricultura biológica.
Ana Paula de Carvalho salientou que com a instituição deste tipo de projecto, que existe noutras províncias, o Ministério do Ambiente quer contribuir na concretização dos desafios de desenvolvimento agrário no país, por se constituírem em infra-estruturas adequadas para que os especialistas transmitam o seus conhecimentos e os agricultores, por sua vez, aprendam novas práticas de desenvolvimento das suas actividades.
Instalado numa área de cinco hectares, o cento possui, para além dos compartimentos administrativos e de ensino, zona de lazer e para o desenvolvimento de piscicultura, apicultura e floricultura, compostagem, entre outras actividades ligadas à agro-ecologia.
Sobre o workshop que analisou o estado do ambiente na província do Huambo, decorrido antes de se deslocar ao Centro Piloto Agro-Ecológico, a ministra referiu que o certame visou permitir que haja um alinhamento, entre as políticas ministeriais e do Governo local, com maior incidência na educação ambiental, nas alterações climáticas, no desenvolvimento sustentável, a par do licenciamento.
Elevação do Huambo à Capital Ecológica
Na ocasião, a ministra disse que a concretização dos desafios de elevar o Huambo à Capital Ecológica de Angola depende, exclusivamente, de um trabalho que deverá ser desenvolvido pelo Governo da província, para acelerar o processo.
De acordo com a governante, existem outras províncias que, também, estão a trabalhar no processo e com bons resultados.
Por isso, disse ser necessário que o Governo do Huambo continue a trabalhar neste sentido, pois são os resultados que determinarão que província poderá alcançar primeiro tal feito.
A par do Centro Piloto Agro-Ecológico e de orientar o workshop sobre o estado do ambiente na província do Huambo, a ministra do Ambiente visitou, também, o projecto de recuperação de solos, a ser implicando, igualmente, na comuna da Chipipa, com assistência técnica da FAO, e o aterro sanitário, situado na zona de Catenguenha, no município da Caála. VKY/ALH