Projecto AgriPrei leva unidades de processamento ao meio rural em Benguela

     Ambiente           
  • Benguela     Quinta, 20 Abril De 2023    21h39  
Agricultura é um dos sectores em que os australianos foram convidados a investir
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Manuel Zamba - ANGOP

Benguela – A perda e o desperdício de frutas e hortaliças no meio rural, em Benguela, têm os dias contados com o lançamento, esta quinta-feira, do projecto AgriPrei, que prevê instalar 25 unidades de processamento de pequena escala até 2024.

 O AgriPrei é um projecto-piloto financiado pelo Governo angolano e implementado, por enquanto, nas províncias de Luanda e Benguela com o apoio técnico Organização das Nações Unidades para a Alimentação e a Agricultura.

Ele tem como meta mudar a realidade de micro e pequenos agricultores familiares, que representam mais de 80 por cento da produção agrícola no país.

Para além de impulsionar a agricultura familiar relacionada à produção de frutas e hortaliças, o projecto AgriPrei também inclui a formalização de micro e pequenos produtores rurais, no intuito de reverter o actual cenário da economia informal no meio rural.

Para Maria de Fátima do Nascimento, que interveio no acto de lançamento em representação da FAO em Angola, a par das unidades de processamento de pequena escala, vulgo Ochitandas AgriPrei, o projecto ainda tem em carteira a instalação de outras 25 unidades de produção agrícola primária integrada (Chitakas).

É nesse contexto que a funcionária sénior da FAO em Angola considera que o projecto AgriPrei tem um grande impacto no meio rural, porque traz inovações tecnológicas que vão permitir que o pequeno produtor aumente a sua produção e produtividade, o que deverá melhorar a sua qualidade de vida.

Maria de Fátima do Nascimento antevê, de igual forma, maior competitividade dos produtos agrícolas, isto porque, com o sistema de produção integrado, os pequenos produtores podem produzir seus adubos e bio-pesticidas, através de um processo de compostagem, permitindo assim que se faça uma agricultura circular.

Conforme a responsável, os próprios produtores irão aproveitar os resíduos da produção para a fertilização dos solos aráveis, melhorando tanto a conservação dos nutrientes destas terras, quanto a sua própria estrutura.

No que ao agroprocessamento diz respeito para a valorização dos produtos do campo, aquela interlocutora afiança ser uma grande oportunidade para reduzir as perdas pós-colheitas dos produtos que é, a seu ver, o maior problema que a agricultura familiar enfrenta neste momento.

“No local onde ele está pode fazer o processamento de forma primária e depois levar os produtos já processados para os grandes centros industriais e para o mercado”, explica, apontando que o AgriPrei elegeu as frutas e hortaliças como cadeia de valor de tal modo a facilitar a sua conservação, para aumentar a renda familiar e desenvolver a comunidade rural.

INAPEM e FAO viram-se para hortofruticultores

Já a administradora executiva do Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), Paula Coelho, deu a conhecer que, depois da fase piloto, o desafio do Governo é o de estender o AgriPrei para outras províncias, a fim de capacitar os micro e pequenos produtores a processarem os produtos que ainda se estragam por falta de escoamento.

Para já, indicou como alvo do programa as cooperativas e associações de camponeses  hortofruticultores, de tal maneira que possam apostar cada vez mais no agronegócio para sustentar as suas famílias com dignidade e também estarem formalizados.

A primeira das 25 unidades de agroprocessamento previstas para a província já está a ser instalada na zona agrícola do Cavaco, arredores da cidade de Benguela, com a administradora executiva do INAPEM a afirmar que, agora, o momento é o de visitar o meio rural, incluindo o Cubal, para identificar os potenciais beneficiários.

A seu ver, o cultivo de ananás é feito em grande escala na comuna do Monte Belo, município do Bocoio, norte da província de Benguela, daí ser imperativo introduzir a tecnologia de processamento para reduzir as perdas no campo.

 “Eles não conseguem processar porque não conhecem a forma de processamento e têm desperdício de frutas ou vegetais”, lembra Paula Coelho.

A administradora do INAPEM enfatiza como essas unidades de processamento de pequena escala, Ochitandas AgriPrei, vão ajudar a transformar não só o tomate em polpa ou doce, mas também outras frutas como o ananás, papaia e manga, mudando a realidade de muitas famílias camponesas. JH/CRB 





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