Menongue – O director executivo da Organização Não Governamental Missão de Beneficência Agropecuária do Kubango, Inclusão, Tecnologia e ambiente (MBAKITA), Pascoal Baptistini, defendeu neste sábado a realização contínua de campanhas de sensibilização e mobilização no sei das comunidades, para melhorar o seu nível de compreensão sobre a importância da preservação ambiental.
Pascoal Baptistini deixou esta recomendação quando dissertava uma palestra sob o tema “A exploração de recursos naturais e o seu impacto socioeconómico para as populações”, promovida pelo Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade do Género, realizada na comuna do Caiundo, município de Menongue.
O responsável solicitou de igual modo maior divulgação da Lei de Base das Florestas, assim como o despacho do governador provincial que contém todas as orientações em torno das condições exigidas para o exercício normal da exploração de madeira na província.
Aos participantes, aconselhou no sentido de cada um fazer o papel de fiscal e monitor em torno da exploração furtiva ou ilegal dos recursos naturais, realçando que a presença de estrangeiros a exercerem a actividade ilegal torna-se um problema de segurança nacional.
Por isso, acrescentou, deve haver um esforço de fiscalização dos cidadãos para que a informação chegue às autoridades competentes capazes de conter as invasões.
“Temos todos de articular e contribuir para que a informação ambiental chegue às comunidades, porque muitos agem por desconhecimento da lei”, realçou.
Conforme disse, as empresas legais e licenciadas para o exercício da madeira devem fazê-lo de forma ecológica, pautando por cortes selectivos e não massivos, bem como proporcionar empregos à juventude e realizar acções de responsabilidade social corporativa em prol das populações locais.
Quanto à fauna, lamentou e denunciou a existência de um abate indiscriminado de animais, bem como queimadas indiscriminadas.
Por seu turno, a coordenadora do Núcleo Provincial do Fórum, Linda Salangui, disse que a organização é composta por jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social, entre estatais e privados, com sede em Luanda, criada em 2006 e desenvolve diversas actividades viradas para o emponderamento da mulher, sobretudo das comunidades.
O fórum já existe nas províncias do Huambo, Benguela, Bié, Bengo, Cuando Cubango e também tem pontos focais em todas as províncias do país e nesta fase deu voz às populações da comuna do Caiundo, uma das zonas cuja exploração de madeira é notável, para exprimirem o seu pensamento e visão sobre esta actividade e o seu impacto na comunidade.
O projecto está a ser coordenado pela plataforma Tchota, que reúne organizações da sociedade civil e tem como objectivo contribuir para uma maior consciência da sociedade angolana sobre os desafios ligados à exploração dos recursos naturais.
No âmbito da sua missão, o Tchota está a promover em todas as províncias do país encontros comunitários sobre o impacto da exploração dos recursos naturais nas comunidades, tendo em conta a necessidade de uma exploração sustentável destes recursos.
Participaram na palestra empreendedores, líderes religiosos, autoridades tradicionais, mulheres representantes de diferentes estratos sociais, estudantes, entre outros.
