Soyo – Um conjunto de medidas para travar a desflorestação derivada do abate indiscriminado de espécies vegetais, no município do Soyo, província do Zaire, está a ser tomado pela administração local.
De acordo com o director municipal do Ambiente e Saneamento Básico, João Marcelino Nenkamba, em declarações esta quinta-feira à ANGOP, uma das medidas passa, necessariamente, pelo repovoamento das espécies em via de extinção.
Para o efeito, disse que estão a ser criados viveiros para a reprodução de mudas, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF).
A contínua sensibilização das comunidades rurais, no sentido de se absterem da devastação de polígonos florestais para fins madeireiros e de produção do carvão vegetal, assim como o reforço da fiscalização figuram, ainda, entre as acções.
Explicou que, com essas e outras acções será possível reverter a situação do desequilíbrio dos ecossistemas provocado pela actividade danosa do homem, permitindo, desta forma, o equilíbrio ecológico.
Informou que, nos dias que correm, o abate indiscriminado de árvores para a exploração do carvão vegetal conhece contornos alarmantes, numa actividade ilícita em que concorrem também cidadãos da vizinha República Democrática do Congo (RDC).
“Caracterizamos a situação como preocupante, uma vez que grandes hectares de recursos florestais são devastados diariamente, com recurso a sofisticados equipamentos de serração”, assinalou.
As queimadas anárquicas e a caça furtiva foram, também, referenciadas como males que ocorrem no município, sobretudo, nesta época seca, e que podem provocar a extinção de muitas espécies da fauna e flora.
“Essas práticas são mais visíveis nas localidades de Luemueno e Kinguila, igualmente nas comunas do Sumba, Quêlo, Mangue Grande e Pedra do Feitiço, fazendo com que muitas espécies de animais migrem para outras regiões do município ou da província”, acrescentou.
Reconheceu faltarem condições humanas e técnicas para uma minuciosa e profunda fiscalização da actividade de exploração dos recursos florestais e da fauna, em função da complexidade geográfica da região, coberta por florestas densas, problema agravado com o mau estado das vias de acesso.
O município do Soyo tem uma população estimada em mais de 200 mil habitantes, distribuídos por cinco comunas: Sumba, Mangue-grande, Quêlo, Pedra do Feitiço e Sede.