Addis Abeba- A Comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko, apontou, esta sexta-feira, em Adis Abeba, a biodiversidade como um alicerce para as economias e meios de subsistência africanos, constituindo uma futura fonte de riqueza para os povos.
A diplomata, que falava na sede da UA, durante um encontro com uma delegação da União Europeia (EU) chefiada pela Embaixadora junto da UA, Birgitte Markussen, fez saber que a Comissão da União Africana esta convencida deste facto e leva a sério as negociações para a estrutura global de biodiversidade pós-2020.
No âmbito deste processo, garantiu que a Comissão da UA continua a apoiar e a facilitar o trabalho do grupo africano de negociadores sobre biodiversidade e a negociar o quadro pós-2020, que inclui a prestação de serviços de apoio técnico e coordenação.
“De facto, as discussões estão em andamento para preparar a próxima fase do apoio que se estenderá por um período de três anos. Os Estados-Membros esperam muito de nós, sobretudo, no envolvimento como parceiros que nos apoiarão na implementação do quadro pós-2020 previsto”, assegurou.
Durante o encontro em véspera da Cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que terá lugar nos dias 17 e 18 de Fevereiro, em Bruxelas, reconheceu que o Plano de Ação de Recuperação Verde (GRAP) visa efectivar medidas de recuperação económica que trazem benefícios económicos de curto prazo, custos climáticos e ambientais de longo prazo, na qual engloba os pilares de financiamento climático, aumento de fluxos, sua eficiência e impacto.
Segundo a Comissária, inclui ainda a promoção de energia renovável, eficiência energética e acesso, bem como o apoio à transição justa para energia limpa, soluções baseadas na biodiversidade e na natureza, incluindo gestão sustentável da terra, silvicultura, oceanos e ecoturismo.
Josefa Sacko adiantou que a agricultura ao clima, com foco no desenvolvimento económico, empregos verdes, cidades verdes e resilientes com foco na água e o aprimoramento da informação, comunicação e tecnologia fazem parte desta estrátegia.
Em relação ao sistema agroalimentar, Josefa Sacko apontou a necessidade de se acelerar a transformação de sistemas alimentares e agroecologia africanos sustentáveis, nutritivos e resilientes, em apoio à agricultura, pescas e agenda de desenvolvimento alimentar da África, inclusive apoiando a cultura e transformação de proteínas vegetais.
Josefa Sacko alertou que a estrátegia da UE pode ser prejudicial para o sector pecuário para África se não levar em conta os milhões de comunidades dependentes do gado, bem como para os esforços do continente para combater a desnutrição.
Relativamente a economia circular, afirmou que está a ser desenvolvido um plano de acção para África, tendo sido, para o efeito, criado um grupo de trabalho de peritos que inclui a delegação da UE junto da União Africana, que visa contribuir com os esforços globais de redução de resíduos e plásticos para um ambiente saudável.
Por outro lado, deu a conhecer um evento paralelo sobre “Construir um Sistema Agroalimentar Resiliente e Cadeias de Valor em África” que vai contar com acordos de colaboração entre os sectores público e privado à luz da experiência Covid-19, a será co-organizado com a Câmara de Comércio da África Ocidental, FEWACI e AUDA.