Adis Abeba- A Comissária da União Africana, Josefa Sacko, considerou, esta terça-feira, em Glasgow ( Reino Unido), a forte dependência da agricultura de sequeiro, capacidade adaptativa limitada e exposição a vários choques climáticos como algumas das consequências das mudanças climáticas.
A diplomata, que falava no dia dedicado à África na 26ª Conferência das partes (COP 26), disse que os governos africanos já estão a gastar cerca de 2% do PIB em adaptação para responder o impacto das mudanças climáticas.
“Os países africanos permanecem comprometidos e, ao longo dos anos, demonstraram comprometimento em lidar com as mudanças climáticas e seus impactos. Isso é evidenciado pelo facto de os países africanos ratificaram o Acordo de Paris e continuam comprometidos com a actualização e implementação dos seus PADs”, reforçou .
No entanto, assegurou que apesar do forte compromisso político, a maioria dos países enfrenta dificuldades para implementar os seus PADs.
“A nossa expectativa é que a COP- 26 proporcione discussões antecipadas sobre as necessidades especiais da África, adaptação e especialmente na entrega de apoio para desbloquear acções e aumentar a ambição”, frisou.
Josefa Sacko informou que as mudanças climáticas constituem uma ameaça actual que corrói os ganhos do desenvolvimento sustentável e os impactos acelerado indicam que se pode fazer mais e se agir agora, em vez de mais tarde.
A este respeito, deu a conhecer que a Comissão da UA lançou recentemente um plano de acção de relançamento verde, que propõe acções prioritárias para impulsionar a recuperação econômica de África de maneira sustentável a partir do Covid-19.
Consta nas acções, durante a fase de implementação, finanças climáticas, energia renovável, soluções baseadas na natureza e biodiversidade, agricultura resiliente e cidades resilientes verdes.
Ainda no quadro de estratégia na sequência de uma série de consultas regionais, a Comissão da UA concluiu o esboço da estratégia africana para as alterações climáticas que vai conhecer a sua validação final durante a primeira semana de Dezembro do corrente ano, antes de sua apresentação ao comité técnico especializado em agricultura, desenvolvimento rural, água e meio ambiente, que vai apoiar todos os estados membros e comunidades económicas regionais na implementação do acordo de Paris e na concretização da visão da Agenda Africana 2063.
Para este ano, o tema do Dia da África “acção climática em África para melhorar o futuro mais verde” visou fazer um balanço do compromisso global com a acção climática, incluindo meios eficazes e adequados de implementação.