Libreville ( Gabão)-A Comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko, defendeu, esta segunda-feira, em Libreville, à implementação do Acordo de Paris com o aumento do financiamento concessional para a adaptação da resiliência climática.
A diplomata africana, que falava na capital gabonesa por ocasião da abertura oficial da semana do clima de África do ano em curso, disse que África continua fortemente comprometida com a luta global contra as mudanças climáticas, com todos os países da África ratificando o Acordo de Paris e estabelecendo metas sobre as suas contribuições nacionalmente determinadas.
A diplomata angolana fez saber que enquanto o Pacto Climático de Glasgow renovou o espírito do Acordo de Paris em várias frentes, com os países desenvolvidos se comprometendo a dobrar o seu financiamento até 2025.
“Permanecemos com questões não resolvidas de Glasgow, em particular o reconhecimento das necessidades especiais e circunstâncias para a África. É nossa expectativa que as deliberações sobre esta questão e sobre perdas e danos sejam avançadas na COP 27, em Sham el Sheikh”, enfatizou.
Para apoiar os esforços da implementação do Acordo de Paris, a União Africana adoptou, durante a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo de Fevereiro de 2022, a estratégia operacional que contém o plano de acção de recuperação verde e serviços meteorológicos e climáticos.
A Comissão da UA, em colaboração com vários parceiros, está a implementar o seu projecto emblemático, a iniciativa “Great Green wall” que iniciou na região do Sahel e alargada para a região da África Austral.
No tocante a biodiversidade, considerou que África é uma das regiões com maior biodiversidade do mundo, com o ecossistema florestal da bácia do Congo servindo tanto como um importante sumi-douro de carbono quanto como um “hotspot” de biodiversidade.
“Essa interconexão enfatiza a necessidade de uma abordagem mais forte, coerente e coordenada entre os diferentes acordos ambientais multilaterais – em particular a UNFCCC sobre mudanças climáticas, UNCBD sobre biodiversidade e UNCCD sobre desertificação e degradação da terra”, frisou.
Relativamente a operacionalização da estratégia da economia azul de África, adiantou, foram agilizados programas que visam promover a integração do carbono azul e serviços ecossistêmicos nas políticas de mudanças climáticas e nas zonas costeiras e aquáticas para garantir economias e comunidades ambientalmente sustentáveis e resilientes ao clima.
Conforme Josefa Sacko, para conter os impactos adversos de desastres naturais causados por eventos climáticos extremos, que custaram muitas vidas, foi criada uma plataforma para facilitar a colaboração e a construção de sinergias entre os parceiros, ao mesmo tempo apoia as comunidades económicas regionais e os Estados Membros para aprimorar e agilizar os esforços.