Adeptos comprometidos com o futebol

     Desporto           
  • Luanda     Sábado, 13 Novembro De 2021    10h43  
Público tem entrada livre no Angola-Ghana
Público tem entrada livre no Angola-Ghana
Francisco Miúdo-ANGOP

Luanda – Mais de 10 mil espectadores demonstraram, sexta-feira, o comprometimento dos angolanos com a sua selecção de futebol, manifestando-se euforicamente nas bancadas em apoio aos “Palancas Negras”, durante o jogo com o Egipto, disputado no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, e que terminou num empate a duas bolas.

Ultimamente desavindos com a selecção nacional, devido aos resultados pouco abonatórios nas eliminatórias para o CAN e o Mundial, os adeptos angolanos compareceram no estádio com uma forte vontade de apoiar os anfitriões, embora já sem possibilidade de se qualificar, enquanto ao adversário bastava um empate para seguir à fase seguinte.

Contra todas as previsões, o combinado angolano, que soma três pontos no Grupo F de apuramento ao Campeonato do Mundo do Qatar´2022, teve nos adeptos o seu “12º jogador”, algo que já não ocorria há muito tempo, tendo os primeiros sinais de apoio sido dados logo nos minutos iniciais da partida.

Munidos de vários objectos sonoros, os espectadores angolanos deixaram clara a união e empatia ainda existentes entre eles e os “Palancas Negras”, apesar dos recentes desaires.

No relvado, os pupilos do técnico Pedro Gonçalves também fizeram por merecer  esse comportamento dos aficionados, já que tinham o controlo e domínio do desafio, o que fazia antever um golo de Angola a qualquer momento.

Fruto do ascendente ofensivo, Angola viria mesmo a inaugurar o marcador aos 25 minutos, pelo estreante Hélder Costa, causando uma enorme explosão de alegria nas bancadas.

Apitos, vuvuzelas e batuques voltaram a soar alto quando Mbala Nzola converteu uma grande penalidade, aos 35´, castigando derrube de Zine na pequena área do Egipto, sete vezes campeão africano e detentor de um dos melhores jogadores do mundo actualmente, Mohamed Salah, do Liverpool, da primeira liga inglesa.

A vencer por surpreendentes duas bolas a zero, acreditava-se numa vitória histórica de Angola, mas a maior experiência dos faraós foi determinante para os golos de Mohamed Elneny (45’) e Akram Tawfik (58’).

Alcançada a igualdade e com os angolanos já menos ofensivos, o Egipto ainda beneficiou de uma soberana oportunidade para desempatar a partida, mas, atento, o guarda-redes Hugo Marques evitou o pior para os anfitriões, com uma defesa muito difícil.

Nas jogadas seguintes, os “Palancas Negras” também podiam visar a baliza de  Mohamed Elshenawhy, quando Tó Carneiro e Lépua, com remates de fora da área, quase levavam ao delírio os mais de 10 mil angolanos presentes no campo.

Salah, uma estrela sem fronteiras

Fino no trato da bola, visão de jogo, desmarcações, capacidade de remate e passes de encher os olhos a qualquer amante do desporto e do futebol, em particular, Mohamed Salah, candidato ao prémio de melhor jogador do mundo FIFA´2021, possui características que fazem dele a estrela sintilante da selecção egípcia.

Embora eficazmente marcado pela defesa angolana, com destaque para o central Tó Carneiro, não encontrando espaços para marcar, foram do goleador e capitão do Egipto as assistências para os dois golos que ditaram o empate e a qualificação do país árabe para a última fase das eliminatórias do Mundial do Qatar.

A apupado por alguns adeptos angolanos, tal como todo o conjunto egípcio quando em posse da bola, Salah obteve, ainda assim, manifestações de simpatia de vários espectadores em determinados momentos do jogo.

Inclusivamente, durante a partida, alguns adeptos invadiram o relvado, para um abraço à estrela africana e mundial, situações que tiveram a pronta intervenção da Polícia Nacional

No fim da contenda, Salah aproximou-se das bancadas e acenou aos espectadores que, rendidos à sua qualidade, corresponderam efusivamente.

O craque, que leva já 10 golos em 11 jogos no campeonato Inglês, teve de sair escoltado por agentes da Polícia Nacional angolana, por conta do assédio de fans ávidos de obterem o seu momento de fama, pois o seu guarda pessoal não serviu para a demanda.

 

 





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