Luanda - A expulsão do guarda-redes Neblú, aos 17 minutos, fez temer o pior, mas Angola virou o jogo contra a Namíbia e chegou à vantagem no marcador, depois à igualdade numérica e ao aumento do resultado para 2-0 antes do intervalo.
No desafio dos oitavos-de-final do CAN`2023, disputado no estádio da Paz, na cidade de Bouaké (Côte d`Ivoire), Angola venceu por 3-0 e carimbou o passe para os quartos-de-final pela terceira vez, depois do Ghana`2008 e Angola`2010.
Na verdade, com o excesso de cautelas defensivas de ambas as partes, apesar de alguma tendência ofensiva dos namibianos, nada fazia prever o jogo frenético protagonizado por Angola, ainda mais a jogar sem o seu maior activo na baliza.
Neblú foi expulso aos 17 minutos ao tentar emendar um erro crasso do defesa Gaspar, que perdeu a bola à entrada da grande área e permitiu que um atacante namibiano fizesse o chapéu, obrigando-o a defender com as mãos, fora da grande área.
O resultado foi que evitou o golo, mas não a expulsão, como manda os regulamentos, tendo sido substituído por Dominique e a retirada necessária de um jogador de campo. O sacrificado foi o Estrela, médio defensivo.
Na cobrança de livre directo, Deon Hotto rematou em jeito por cima da barreira, mas para uma defesa em voo de Dominique, que fez a sua estreia na competição.
A jogar com mais uma unidade, os namibianos adiantaram as linhas à procura do golo que não surgiu ate´que Angola começou a demonstrar toda a pujança, resultando daí o primeiro golo por Gelson Dala, aos 39`.
A jogada foi iniciada no meio-campo por Gilberto "Gibele", que deixou para Fredy cruzar milimetricamente para o desvio certeiro, com os pés, do goleador angolano.
A Namíbia já não atacava com o discernimento de antes, enquanto Angola, em apenas mais cinco minutos do primeiro golo, “cozinhou” o segundo, aos 44`. Novamente Fredy no cruzamento e Gelson Dala a concretizar, agora de cabeça, somando já quatro tentos no evento.
Aos 40` foi a vez dos namibianos ficarem, também, privados de um jogador, com a expulsão de Lubeni Haukongo, por acumulação de cartões amarelos.
O intervalo chegou com as intervenientes a protagonizarem ataques alternados.
A Namíbia tentou reagir no reatamento, aproveitando algum desconforto da linha defensiva angolana, mas Peter Shalulile desperdiçou a melhor oportunidade para reduzir a distâncias com um remate por cima da trave.
Comedidos, os angolanos foram espreitando a hipótese de dilatar o resultado, que ficou muito perto quando Mabululu recebeu a bola dentro da área e rematou à meia volta perto do poste.
Avisou primeiro, concretizou depois. Numa rápida transição, Gelson Dala, desta vez assumiu o papel de assistente e lançou o avançado que seguiu para a área e, com um remate técnico, em arco, rubricou o terceiro, aos 63`.
A vencer por três golos de diferença, o seleccionador optou por colocar em campo alguns jogadores menos utilizados durante a competição.
Aos 70 minutos, saiu o capitão Fredy substituído por Zine, Gilberto deu lugar ao Keliano e aos 84` saíram Mabululu e Gelson Dala e entraram Jeremie Bellas e Zito Luvumbo.
O jogo, assistido pela ministra da Juventude e desprtos de Angola, Palmira Barbosa, terminou com os jogadores já não tão concentrados como antes, mas com tempo para Zito Luvumbo rematar para a barra transversal da baliza contrária.
Zine também ficou perto de se juntar à lista de marcadores, enquanto o guarda-redes Dominique voltou a impedir que Hanamub marcasse o tento de honra dos namibianos, submetidos ao som do kuduro da coluna de "Gibele" e a dança final do respectivo estilo, que já vem se tornando marca neste CAN`2023.
Nos quartos-de-final, a Selecção Nacional mede forças com a Nigéria na próxima sexta-feira, em Abidjan.
Os nigerianos venceram este sábado os Camarões, por 2-0, para os oitavos-de-final. MC