Angola termina fase inicial do CAN com números inéditos

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  • Luanda     Quarta, 24 Janeiro De 2024    06h28  
CAN2024: Jogo Angola y Argélia
CAN2024: Jogo Angola y Argélia
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Bouaké (Do enviado especial) – Angola terminou a fase de grupos da 34ª edição do CAN`2023, que decorre na Côte d`Ivoire, com números inéditos, desde que se iniciou em eventos do género, em 1996, na África do Sul.

O combinado nacional qualificou-se terça-feira pela primeira vez aos oitavos-de-final da prova continental desde que a competição passou a ter 24 equipas e a fase dos “oitavos”.

Os angolanos chegaram pela última vez aos quartos-de-final, período que se seguia após a fase de grupos, na altura com 16 concorrentes, em 2010, numa prova disputada no país, depois da já tê-lo feito na edição do Ghana`2008´.

Na fase inicial do presente torneio, que decorre em cinco cidades da Côte d`Ivoire, Angola esteve enquadrada no grupo D, com sede na cidade de Bouaké e terça-feira (23) terminou esse período na liderança, posição nunca antes alcançada em seu histórico.

Com sete pontos, fruto de duas vitórias (Mauritânia (3-2), Burkina Faso (2-0) e empate diante da Argélia (1-1), a Selecção Nacional ainda marcou seis golos, sofreu apenas três e viu dois atletas nomeados “Homem do Jogo”, designadamente, Gelson Dala e Kialonda Gaspar.

De acordo com o programa da CAF, devido à primeira posição do grupo, Angola joga os oitavos-de-final na mesma cidade onde iniciou a prova (Bouaké), no sábado, a partir das 17 horas, com o terceiro melhor classificado do grupo E ou F (entram em cena esta quarta-feira).

Até então, a selecção tem o ex-atacante Manucho Gonçalves como o melhor marcador de uma final da Taça das Nações, com quatro golos rubricados na prova que o Ghana organizou em 2008, recorde prestes a ser igualado ou batido.

Actualmente dois jogadores angolanos figuram na lista dos melhores marcadores do CAN`2023 com dois tentos cada, nomeadamente, Gelson Dala e Mabululu, esperando-se que a tendência regular de marcar se mantenha entre os goleadores angolanos.

As estatísticas demonstram, também, que Angola jamais totalizou sete pontos num evento igual, não se falando já de passar para a outra fase (segunda) como líder do grupo, a excepção da prova de 2010 que Angola albergou.

No torneio de estreia, na África do Sul, em 1996, Angola não passou da fase preliminar. Perdeu com o Egipto (2-1) e com a África do Sul (1-0) e empatou com os Camarões (3-3) e o país esperou 12 anos para os inéditos quartos-de-final, na prova disputada no Ghana, em 2008.

Destacado na cidade de Tamalé, o conjunto angolano, liderado pelo treinador nacional Oliveira Gonçalves, atingiu a outra fase pela primeira vez, mercê da segunda posição do grupo D, vencido pela Tunísia.

Os angolanos até ficaram à frente do Senegal e da África do Sul, mas foram afastados pelo Egipto nos quartos-de-final, ao perderem por 1-2.

Angola confirmou a sua ascensão no panorama continental ao “bisar” os quartos-de-final na edição de 2010, em que evoluiu na condição de anfitriã.

Na verdade, a jogar no estádio 11 de Novembro, em Luanda, a Selecção Nacional esteve à beira das meiais-finais não fosse um fatídico 4-4 com o Mali, quando vencia até aos 73 minutos (4-0), e uma derrota inesperada de 0-1 com o Ghana, nos "quartos".

No histórico de participações alternadas nesta cimeira maior do futebol continental, após a estreia em 1996, Angola nunca conseguiu fazer melhor até à data.

Em 1998, no Burkina Faso, orientados pelo português Manuel Gonçalves ‘’Neca’’, os Palancas Negras terminaram na terceira posição do grupo C e ficaram pela fase inicial, atrás da Côte d’Ivoire, da África do Sul e à frente da Namíbia.

Esta posição foi repetida em 2006, no Egipto, tendo como opositores os Camarões, RD Congo e Togo.

No CAN de 2012, na Guiné Equatorial, a Selecção Nacional, comandada pelo ex-futebolista da equipa nacional, Lito Vidigal, não conseguiu fazer melhor que a fase de grupos, tal como ocorreu em 2013, novamente na África do Sul.

Sob orientação técnica do uruguaio Gustavo Ferrin, Angola esteve inserida no grupo A, ao lado da selecção anfitriã, Cabo Verde e Marrocos.

Já em 2019, a equipa nacional, liderada pelo  sérvio Srdjan Vasiljevic, competiu pela oitava vez numa prova decorrida no Egipto (grupo E), tendo ocupado o terceiro posto e novamente não foi além da fase inicial.

Trajectória de Angola em Taças das Nações

1996 - Quarto classificado no grupo A, com 1 ponto, na África do Sul

1998 - Terceiro do grupo C, com 2 pts, no Burkina Faso

2006- Terceiro colocado do grupo B, com 4 pts, no Egipto.

2008- Quartos-de-final, derrota ante o Egipto (1-2), no Ghana

2010- Quartos-de-final, derrota ante o Ghana (0-1), em Angola

2012- Terceiro do grupo B, com 4 pts, no Gabão e Guiné Equatorial

2013- Quarto do grupo A, com 1 pts, na África do Sul

2019- Terceiro do grupo E, com 2pts, no Egipto.

MC





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