Baduna sugere ex-praticantes nas equipas técnicas nacionais

     Desporto           
  • Luanda     Terça, 26 Setembro De 2023    17h34  
Baduna lamenta decréscimo do basquetebol nacional - Arquivo
Baduna lamenta decréscimo do basquetebol nacional - Arquivo
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Luanda - A integração de ex-praticantes de basquetebol nas equipas técnicas das Selecções Nacionais, visando o resgate da hegemonia de Angola em África foi defendida pelo antigo jogador, Edmar Vitoriano ‘"Baduna".

Em recente declarações à ANGOP, em Luanda, sobre o estado da modalidade, no esteio do 26º lugar alcançado no mundial terminado na Ásia, o antigo extremo afirmou que a modalidade vive momento de decréscimo.

Referiu que ao adoptar tal procedimento, a Federação Angolana de Basquetebol (FAB) ganharia um importante activo que influenciaria no desempenho dos jovens atletas na quadra, na perspectiva da transmissão de conhecimento, da experiência e da coesão no balneário.

Este desligamento dos gestores federativos para com os ex-praticantes, de acordo com o técnico dos escalões de formação do Petro de Luanda, reduz a confiança dos actuais jogadores por não receberem o testemunho directo de quem se notabilizou na modalidade.

“Nós andamos muitos anos na quadra e nunca alguém pediu uma opinião para ajudar. Às vezes somos desprezados, apesar do contributo dado às selecções nacionais, e no desenvolvimento do desporto em geral’’, lamentou.

Baduna, que encerrou a carreira desportiva em 2006, por conta de uma hérnia discal, acha ter chegado o momento de mudança de paradigma e estabeleceu um comparativo em relação a outras realidades na Europa e na América.

Segundo o entrevistado da ANGOP, é comum ver antigos praticantes integrarem as equipas técnicas em países dos continentes citados, resultando daí conjuntos com modelo de jogos bem definidos e entrosados, ao contrário das selecções de Angola que demonstram fraca identidade.

Para o campeão africano das nações na Argélia (1995), Luanda (1999), Marrocos 2001 e Egipto (2003), é visível a diferença do basquetebol do passado e do presente, onde a principal diferença é o comprometimento com a Nação e os privilégios do presente.

De acordo com o actual técnico dos escalões de formação, há 14 anos, no período anterior não havia contratos financeiramente vantajosos como hoje e que tudo era feito com amor, com  o objectivo de elevar o nome e a bandeira do país.

Baduna, conhecido nas lides desportivas pela capacidade desportiva, compleição física e, sobretudo, pela irreverência em campo, conquistou dois campeonatos africanos de clubes ao serviço do 1.º de Agosto em 2002 (Luanda) e 2004 (Cairo).

No histórico, entre 1989 e 2009, Angola conquistou 10 dos 11 Campeonatos Africanos que disputou e viveu outros grandes momentos como a vitória sobre a Espanha, em Barcelona`1992, a única da sua história em Jogos Olímpicos.

A Selecção Nacional marcou presença cinco vezes em Jogos Olímpicos: Barcelona`1992, Atlanta`1996; Sydnei`2000, Japão`2004 e Beijing`2008.

No Campeonato do Mundo, a Selecção Nacional participou nas edições de Espanha'1986, Argentina'1990, Canadá'1994, EUA'2002, Japão'2006, Turquia'2010, Espanha'2014, China'2019 e ÁSIA`2023.

O 1º de Agosto em sénior masculino é a equipa mais titulada do continente africano, com nove troféus, ao passo que o Interclube sénior feminino destaca-se com cinco títulos.

Em 2011, Jean Jacques da Conceição foi considerado o melhor basquetebolista africano de todos os tempos, por ocasião das celebrações do 50º aniversário da FIBA África.

Em 2013 Jacques foi seleccionado para o FIBA “Hall Of Fame”, distinção atribuída agora a outro angolano, Ângelo Victoriano, por ocasião do Campeonato do Mundo, terminado recentemente no Japão, Filipinas e Indonésia. JAD/FN/MC





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