Huambo – O anúncio pelo Presidente do MPLA, João Lourenço, da construção, na província do Huambo, de um estádio de futebol, é motivo de satisfação por parte da população local.
Ao falar sábado, no acto político de massas, nos arredores do Aeroporto Albano Machado, o também Presidente da República de Angola afirmou não ser normal a ausência de um grande estádio, numa província com tradição na modalidade.
"Huambo merece. O Huambo tem tradição de futebol. Todos nós conhecemos as grandes glórias do futebol do Huambo", afirmou.
Em declarações este domingo à ANGOP, cidadãos saúdam o anúncio do Presidente João Lourenço e aguardam com expectativa o início da obras de uma infra-estrutura única internamente de tal dimensão.
Apontam vantagens do ponto de vista da promoção do emprego, desenvolvimento do desporto, aumento de praticantes e o facto de que a província estará em condiçõe de albergar grandes eventos de futebol e atletismo, prevendo-se que o imóvel tenha uma pista para o efeito.a
O antigo futebolista Bernardo Suka, em reacção ao anúncio da construção do estádio, disse ter recebido com satisfação, visto que o Huambo não dispõe de uma infra-estrutura do género.
Por conta disso, afirmou ser justo que o futuro estádio seja atribuído ao Sport Huambo e Benfica “Mambroa”, por uma questão de justiça.
Suka, então defesa direito do Mambroa, considera a decisão do Chefe de Estado uma homenagem às antigas “estrelas” do Planalto Central, como Mangrinha, Maria, Ralph, Chimalanga, Laurindo, Lutukuta, Arlindo Leitão, Savedra, Carlos Pedro, Mona, Bolingó, Rosário Machado e José Mulus.
Realçou ainda nomes de Nelito Constantino, Sayombo, Picas, Tanda, Mascarenhas, Caetano, Irmãos Salumbo, Geraldo, Dongala, Figueiredo, Panzo, Sibas, Carnaval, Lázaro e Marques (o único que marcou, pela Selecção do Huambo, contra o Sporting de Portugal, em 1979).
Por seu lado, o jornalista desportivo Isaac Bonga saúda a iniciativa do Presidente João Lourenço e espera que a construção do imóvel venha a ser materializada o mais rápido possível.
“O Presidente deixou um desafio para o Governo do Huambo definir a propriedade ou designação do recinto, ou ainda atribuir ao Mambroa, cujo estádio foi demolido em 2011 pelas autoridades, que pretendiam erguer, no local, um outro mais moderno”, disse.
Em função da dimensão da província e pelo número de praticantes que possui, Isaac Bonga defende a construção de um estádio municipal a ser controlado pelo Estado e, posteriormente, a reposição do estádio do Sport Huambo e Benfica “Mambroa”.
Sublinhou que a concretização do anúncio do Presidente João Lourenço irá conferir notoriedade e visibilidade da região, que, apesar da sua dimensão futebolística, não possui um estádio, a exemplo de Benguela, Cabinda e Huíla.
O agente desportivo Josué Bonifácio Cassinda diz sentir-se satisfeito com a decisão, tendo em conta a carencia de imóveis do género na província.
Sobre a orientação dada à governadora para a definição do espaço e sua titularidade, defende que seja construído no local onde estava o antigo estádio do Mambroa, no bairro das Cacilhas, arredores da cidade do Huambo.
A munícipe Azenaida Cassai referiu que os problemas básicos estão a ser resolvidos paulatinamente e que a construção do estádio vai criar postos de trabalho particularmente para a juventude.
Laurindo José, outro munícipe, considera que o início, antes de Agosto próximo, da construção do estádio no Huambo significa, de modo geral, um compromisso do Executivo com a juventude e com a província, pois, para além de ser um património juvenil, vai melhorar a imagem desta região do Planalto Central.
Caracterização local da modalidade
A província foi palco, em 1981, de torneios internacionais, por altura da II edição dos Jogos da África Central.
Dez anos depois (1991), acolheu duas partidas entre as selecções do Huambo e a de Sub-20 de Portugal, então campeã mundial, com jovens promessas, como Brassard, Nelson, Capucho, Jorge Costa, Rui Bento, Paulo Torres, Peixe, Rui Costa, João Pinto, Gil, Toni e Luís Figo, este último vencedor da Bola de Ouro, em 2000, e melhor jogador do mundo, em 2001.
A província tem catalogados 783 campos, dois estádios, perto de 30 quadras polidesportivas, cinco pavilhões multiusos e 13 ginásios de manutenção física, distribuídos pelos onze municípios.
Trata-se do estádio do Recreativo da Caála, inaugurado em 2013, propriedade do clube com o mesmo nome, e dos Kurikutelas, inaugurado em 1947, propriedade do Ferrovia do Huambo.
O Recreativo da Caála representa a província no Campeonato Nacional de futebol da I divisão, vulgo Girabola, ocupando o 7º posto, com 38 pontos.
