Infra-estruturas emperram desporto em África - Pedro Godinho

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  • Luanda     Terça, 25 Maio De 2021    11h55  
Desaproveitamento das infra-estruturas dificultam desenvolvimento
Desaproveitamento das infra-estruturas dificultam desenvolvimento
Francisco Miúdo

Luanda – O continente africano comemora nesta terça-feira 58 anos desde a constituição, na Etiópia, da Organização de Unidade Africana (OUA), actual União Africana, numa altura em que as infra-estruturas e políticas continuam a emperrar o seu desenvolvimento no sector desportivo.

Esta reflexão é do vice-presidente da Confederação Africana de Andebol, o angolano Pedro Godinho, quando em declarações à ANGOP, em Luanda, apontou debilidades e caminhos para a mudança de paradigmas nesta vertente das mais sociais a nível do mundo.

Para ele, a África está atrasada no tempo e ainda não consegue tirar bom proveito das infra-estruturas desportivas que constrói, geralmente, quando alberga eventos mundiais, em contraste com a carta olímpica que sugere tal aproveitamento como legado.

Disse que as instabilidades políticas, crises sociais e débil sistema de saúde concorrem igualmente para que o desporto seja relegado para uma não prioridade, citando o Rwanda como exemplo de país que dirimiu conflitos e apostou no desenvolvimento sustentado em todos os seguimentos sociais.

“Temos um exemplo muito recente, o Rwanda que com pouco tem feito muito e bem. Quando isso acontecer em todo o continente a nível das academias e apostas nos talentos os resultados serão melhores”, sustentou.

Apesar dos problemas que enumerou, referiu que a África continua a ser um viveiro de jovens talentosos que brilham em outros continentes, sobretudo no europeu.

O dirigente  desportivo indicou que o caminho para a afirmação do continente passa também pelo surgimento das academias regionais divididas em três regiões, designadamente, norte, centro e austral.

Esta efeméride ocorre numa altura em que o mundo debate-se com a pandemia da Covid - 19. Na perspectiva do entrevistado, este factor torna ainda mais difícil o continente retomar o rumo por não possuir as mesmas condições de assistência médica e hospitalar que outros.

Em seu entender, a situação de saúde mundial inibe os patrocinadores devido a ausência de espectadores nos recintos, tornando mais carente o sistema desportivo continental.

O antigo jogador da selecção nacional e do 1º de Agosto, liderou a Federação Angolana de Andebol no período de 2008 a 2020, sendo o actual chefe de missão de Angola nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em Agosto deste ano.

UM POUCO DA HISTÓRIA

O 25 de Maio é considerado o dia de África porque foi nesta data, em 1963, que se criou a Organização de Unidade Africana, actual União Africana, na Etiópia, com o objectivo de defender e emancipar o considerado continente berço da humanidade.

Este dia recorda a luta pela independência do continente africano contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.

A África tem 30.230.000 km² de extensão territorial, distribuídos em 54 países, sendo a Nigéria o mais populoso.

O maior país é a Argélia, enquanto o menor é Seychelles. O ponto mais alto da África é o Kilimanjaro (5895 m). O Lago Assal em Djibouti é o mais baixo (155 m abaixo do nível do mar).





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