MotoGP: Bastianini bate Bagnaia e vence em Aragão

Luanda - O GP de Aragão mudou a história do campeonato da MotoGP, em que o líder do Mundial, Fabio Quartararo, caiu, abandonou logo na primeira volta e viu o maior oponente em 2022 ter grande vantagem, no Circuito de Alcañiz, Espanha.

Francesco Bagnaia partiu da pole e seria o primeiro a ver a bandeirada. Só que ele foi surpreendido na última volta pelo futuro companheiro de equipa, Enea Bastianini, que não se acanhou com a promoção à equipa principal em 2023 e venceu no MotorLand. É o quarto triunfo do piloto da Gresini no ano.

O 63 teve de contentar com o segundo lugar, embora tenha cortado bons pontos para Fabio - está apenas dez tentos atrás. Aleix Espargaró chegou a terceira posição do pódio no final da corrida, enquanto Brad Binder apareceu em quarto depois de largar do décimo lugar e fazer uma óptima prova. Jack Miller completa o top-5.

Fecham as dez primeiras posições: Jorge Martin, Luca Marini, Johann Zarco, Álex Rins e Marco Bezzecchi.

Na primeira corrida após afastamento para a quarta cirurgia no braço direito, Marc Marquez abandonou por ter sofrido o toque do 20 da Yamaha e, depois, de  Takaaki Nakagami. O piloto de Cervera explicou que um pedaço da moto de Quartararo acabou ficando presa e danificando a RC213V.

Com o desfecho desta corrida, além de Pecco ter cortado para só dez pontos a margem de Fabio, Aleix também se aproximou e agora tem só 17 pontos a menor que o francês. Bastianini é o quarto na tabela e tem 48 pontos de atraso.

O domingo marcou, também, a conquista do Mundial de Construtores pela Ducati pela terceira vez seguida. A casa de Bolonha não deixou passar o primeiro match-point e, com Fabio fora de combate, derrotou a Yamaha na briga das fábricas.

A MotoGP volta na próxima semana, com o GP do Japão, em Motegi.

Saiba como foi o GP de Aragão de MotoGP:

As nuvens que encobriam parte do céu mais cedo se dissiparam, elevando um pouco a temperatura às vésperas da largada da MotoGP. Quando os pilotos partiram para o grid, os termómetros mediam 25°C, com o asfalto chegando a 41°C.

A humidade relativa do ar era de 43%, com os ventos soprando a 11 km/h variando nos sentindos sul-sudeste e leste-sudeste.

Na saída para a pista, todos os pilotos tinham mesmos pneus: dianteiros duros e traseiros médios.

Quando as luzes se apagaram na recta da pista de Alcañiz, os 37.846 espectadores presentes no MotorLand viram o pole-position Francesco Bagnaia sair bem e manter a ponta diante de Jack Miller e Enea Bastianini.

Ainda nos primeiros metros da corrida, Fabio Quartararo tocou a traseira de Marc Márquez, que tinha dado uma escorregadela na curva 3, e acabou no chão, abandonando a corrida. O francês da Yamaha ficou sem espaço para reagir.

O espanhol da Honda seguiu, mas, pouco depois, teve um novo toque, desta vez com Takaaki Nakagami na curva 8, que caiu no meio do pelotão. Por sorte, o japonês foi evitado por todo mundo. Marc, então, teve problemas com a moto, e abandonou.

Quando as coisas se acalmaram, Bagnaia seguia na ponta, diante de Miller. Brad Binder, que tinha começado a corrida muito bem, subindo até para a segunda colocação, já tinha descido para terceiro, seguido por Enea Bastianini e Aleix Espargaró.

Na volta 4, Bastianini tomou a terceira colocação de Binder voltando a formar um 1-2-3 da Ducati. Aleix seguia em quarto, bastante próximo do sul-africano da KTM. Jorge Martín, Johann Zarco, Miguel Oliveira e Luca Marini seguiam no primeiro pelotão.

Na volta 5, a Aprilia comunicou Aleix do abandono de Quartararo. Afinal, era a chance do catalão de ganhar bastante terreno na briga pelo título.

No giro seguinte, Bastianini passou Miller na curva 15, que começava a ceder terreno para Bagnaia na liderança da corrida. Pecco já tinha aberto 0s7 de margem na ponta. Logo em seguida, Binder também passou Jack, que agora tinha só 0s070 de frente para Aleix.

O irmão de Pol, aliás, não fez hora e atacou metros depois, assumindo a quarta colocação, 0s3 trás do mais velho dos Binder.

No fim da volta 8, Bastianini aproveitou a curva 17 para tomar a liderança de Bagnaia. De cara, o piloto da Gresini abriu 0s2 de margem, mas Pecco respondeu, mantendo contacto e devolvendo a manobra pouco depois, aproveitando uma escapada do italiano.

Pecco, então, abriu mais de 0s7 de margem, deixando Enea para se preocupar com Binder, que tinha Aleix colado atrás. O titular da Aprilia era seguido por Miller, Martín, Zarco, Marini e Oliveira.

No paddock, Marc Márquez já estava sem macacão e percorria os boxes rivais para pedidos de desculpas e/ou explicações. A primeira passagem foi na LCR, já que ele causou um acidente feio com Nakagami.

Tradicionalmente forte na segunda metade da corrida, Bastianini voltou a cortar a diferença de Bagnaia, que, com 11 voltas para o fim, tinha caído para 0s5. Binder já tinha ficado pelo caminho, mais de 1s2 atrás, e Aleix não pressionava o sul-africano para atacar.

Apesar do empenho de Bastianini, Pecco também tinha uma carta na manga e voltou a subir o ritmo para levar a diferença para 0s7 com sete voltas para o fim. Enea, contudo, voltou a encostar, mesmo que não tão fortemente.

Mais atrás, Binder perdeu a tranquilidade e voltou a ser pressionado por Aleix e Miller. O titular da Aprilia precisava do pódio para manter vivas as chances de título.

Com quatro voltas para o fim, a pressão de Bastianini já era mais firme, um ensaio de ataque.

Na abertura da volta 22, Aleix conseguiu passar Binder e assumir o terceiro posto. Miller ainda vinha por perto, pressionando Brad também.

Bagnaia entrou na volta final com só 0s138 de margem para Bastianini. O piloto da Gresini seguia colado, mas ainda cauteloso, já que sabe que tem de ser especialmente cuidadoso quando a disputa envolve Pecco.

Na curva 7, Enea passou e tomou a ponta. Pecco tentou o troco, mas ‘Bestia’ resistiu e abriu 0s2 de margem. Francesco colou, mas não conseguiu passar e recebeu a bandeirada com 0s042 atrás.

Classificação da corrida do GP de Aragão: