Movimento escaquístico custa 50 milhões de kwanzas ano

     Desporto           
  • Luanda     Segunda, 04 Março De 2024    14h48  
Presidente da federação angolana de xadrez, Tito Martins
Presidente da federação angolana de xadrez, Tito Martins
Bernardino Vicente-ANGOP

Luanda - A Federação Angolana de Xadrez (FAX) movimenta anualmente 50 milhões de kwanzas, com despesas administrativas, formação, massificação, competições nacionais e internacionais.

Na verdade, o valor realmente necessário cifra-se em 125 milhões de kwanzas, de acordo com o presidente federativo, Tito Martins, em entrevista esta segunda-feira à ANGOP, em Luanda, sobre o estado da modalidade no país.

O antigo xadrezista afirmou que ao longo dos anos tem sido graças a uma gestão criteriosa que a FAX mantém o xadrez activo na maior parte das províncias, num aperto financeiro constante, suavizado por conta de patrocinadores fixos.

Indicou que a federação conta com uma dotação de 18 milhões de kwanzas por ano (quase não varia) por parte do Ministério da Juventude e Desporto (MINJUD), sendo necessário parcerias regulares para se chegar aos 50 milhões com instituições como a ITA, PRODEL, UNITEL e ZAP.

Tito Martins exemplificou que numa competição internacional, com uma selecção composta por dez jogadores, se pode consumir quase 50 milhões de kwanzas com custos de estágio, compra de bilhetes de passagem, estadia, alimentação, ajudas de custos e outras necessidades inerentes.

“Não tem sido fácil cumprir com as actividades da época, fundamentalmente, o Campeonato Africano, do Mundo e Olimpíadas cuja ausência resultaria em sanções por parte da Confederação Africana e Federação Internacional”, disse.

Tito Martins referiu ser o xadrez uma modalidade que exige participação regular em competições de elevado nível competitivo, para que os jogadores consigam aumentar a sua performance e os necessários pontos e normas, de modo que Angola possa ter o maior número de mestres fide e internacionais.

O responsável do desporto ciência indicou que a federação já teve tempos bons, que quase nem contava com a dotação do MINJUD, porque existiam patrocinadores de grande intervenção, como a empresa cervejeira “Cuca”.

De acordo com a fonte da ANGOP, em época de aniversário da federação (28 de Fevereiro), a empresa disponibilizava entre 28 a 30 mil dólares americano, para a realização do torneio internacional denominado “Taça Cuca”, com a participação dos melhores xadrezistas africanos e do mundo.

Explicou que, hoje, devido a carência financeira que afectou a economia nacional, a prova foi interrompida, sendo que a última edição ocorreu em 2021, apenas com atletas nacionais, conquistado pelo Mestre Internacional (MI) David Silva (masculinos) e a Mestre Fide (MF) Ednásia Júnior (feminino).

O ano de 2013 foi marcado pela última edição do prestigiado torneio internacional, conquistado pelos Grandes Mestres (GM) francês, Vladislav Tkachiev (masculino) e Anna Zozulia (feminino).

BSV/MC

 



Tags



Notícias de Interesse

+