Luanda – A comunidade nigeriana residente no país divergiu sobre o possível resultado do jogo entre Angola e Nigéria, a disputar-se às 18 horas de sexta-feira, no Estádio Felix Houphouet-Boigny (Abidjan), para os quartos-de-final do CAN`2023, que decorre na Côte d`Ivoire.
Numa ronda efectuada esta terça-feira pela a ANGOP, em algumas zonas da província de Luanda, dois cidadãos de nacionalidade nigeriana foram categóricos de que seu país venceria, enquanto igual número prognostícam o inverso, ou seja, triunfo para os angolanos.
Oraka Clement, comerciante de peça de automóveis, na zona da Tourada, distrito urbano da Maianga, afirmou que está dividido e atribui 50% paras a Super Águias e outros 50% para os Palancas Negras, mas na escolha final decidiu-se a favor da sua terra natal (1-0), com golo de Moses Simon.
Residente em Angola há mais de 20 anos, Oraka prevê um desafio muito difícil para os intervenientes, pelo equiparado nível desportivo e, sobretudo, por terem terminado a fase regular invictos, acrescentando que um triunfo dos angolanos, também não o deixaria triste.
Outro entrevistado, Robert Egorah, comerciante há 15 anos no país, mostrou-se confiante na passagem do seu país às meias-finais, com triunfo de três golos sem resposta.
Mostrando-se amante “ferrenho” do futebol, Robert recorreu ao maior histórico da Nigéria, campeã africana em 1980, 1994 e 2013, para justificar o seu vaticínio de conquista do troféu pela quarta vez, com golos de Simon e “bis” de Osimhen Cookman.
Osimhen, que atua no Nápoles de Itália, é o melhor jogador africano de 2023, na eleição da CAF. O atleta de 24 anos de idade bateu na corrida o egípcio Mohamed Salah, do Liverpool, e o marroquino Achraf Hakimi, do Paris Saint-Germain.
Dos interlocutores, Ibekwe Uche está convicto em uma vitória do país que o acolheu (Angola). O comerciante prevê dois golos de Gelson Dala e um de Gilberto.
Argumentou que, apesar da Nigéria ser tricampeã, Angola tem argumentos para contrapor, apesar de nunca ter disputado uma final até mesmo quando organizou a competição da CAF, em 2010.
Ibekwe acredita que chegou a vez de os Palancas Negras fazerem história, mas para tal, acha que os jogadores precisam de continuar a ter o mesmo espírito de perseverança e melhorar alguns aspectos defensivos.
Tal como Oraka Clement, o adepto Francis Uchenna também mostrou-se dividido no vaticínio entre vitória ou derrota. “como estou no meio, vou apoiar até ao fim o país que apresentar melhor futebol”.
No entanto, na avaliação da qualidade desportiva de um e outro, afirmou que a Nigéria não tem apresentado bom futebol, apesar de invicta, ao contrário de Angola, também invicta, mas com melhor performance.
Desde a primeira participação de Angola numa fase final do CAN, maior competição de nações organizada pela CAF, em 1996, na África do Sul, Angola nunca logrou atingir às meias-finais.
O melhor que fez até agora foi atingir os quartos-de-final, no Ghana (2008), Angola (2010) quando a prova era disputada por 16 selecções e não havia oitavos-de-final.
Na presente edição, com a participação de 24 selecções e a reintrodução dos “oitavos”, o combinado nacional chega novamente aos “quartos”, reconhecendo-se, desta feita, um esforço (mérito) maior se comparado ao grau de dificuldade.
O CAN’2023 deveria disputar-se entre Junho/Julho passado, mas devido às fortes chuvas naquele período, a CAF transferiu a prova para o presente ano. BSV/MC
