Luanda – O técnico Pedro Gonçalves, vinculado à Selecção Nacional por contrato com a Federação Angolana de Futebol, rubricado em 2018, pode ter terminado as suas funções após o último jogo no CAN'2023, que decorre na Côte d'Ivoire.
Após o confronto com a Nigéria, na sexta-feira, em que Angola perdeu, por 0-1, em desafio dos quartos-de-final, o técnico português pronunciou-se nas redes sociais com palavras que indicam despedida.
“Terminou hoje uma longa e árdua missão que teve o condão de voltar a unir e fazer rejubilar todo o povo angolano em torno dos seus Palancas Negras. Com o sentimento de enorme orgulho e gratidão, para sempre Angola estará no meu coração. Amanhã é um novo dia”, escreveu.
Tão odiado e tão amado, mais ao modo do primeiro sentimento que do segundo, Pedro Gonçalves cumpriu com o seu objectivo de colocar a Selecção Nacional entre as oito melhores de África, caso que ocorreu apenas em três ocasiões no histórico do futebol nacional.
No entanto, o seu percurso à frente dos Palancas Negras (designação da selecção) nunca foi fácil, seja por razões objectivas (condições de trabalho, pagamento de contrato e prémios de jogos aos atletas e equipa técnica) ou subjectivas (consenso nas escolhas dos atletas).
Incompreendido muitas vezes, o profissional acaba, no entanto, de protagonizar um feito repetido apenas em mais duas ocasiões: primeiro pelo Angolano Oliveira Gonçalves, que colocou Angola nos “quartos” no Ghana`2008 e segundo em 2010, quando o seu compatriota Manuel José fez o mesmo, no CAN que Angola albergou.
No país, o percurso do técnico iniciou-se em 2015 na formação do 1.º de Agosto, onde se sagrou campeão nacional, antes de entrar para os quadros da Federação Angolana de Futebol em 2018.
Primeiro treinou os Sub-17, depois os Sub-20 e os Sub-23, antes de assumir a seleção principal.
Este profissional, falhou o objectivo de levar os Palancas Negras ao Mundial de 2022, no Qatar, mas apurou-os para a CAN`2023 e tem possibilidades de colocar Angola pela segunda vez numa fase final do Campeonato do Mundo, em 2026, depois do Alemanha`2006.
No apuramento ao mundial das Américas, Canadá, México e EUA, Angola empatou nas duas primeiras jornadas. Uma igualdade fora de casa contra Cabo-Verde e outro contra as Ilhas Maurícias.
Num grupo em que figuram Camarões, Cabo-Verde e Líbia (com 4 pontos cada), em seguida Angola (2 pts), constam ainda o Eswatini e as Ilhas Maurícias, numa altura em que está ainda tudo em aberto.
No calendário das qualidficativas, Angola joga consecutivamente em casa, ou seja, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda. A primeira adversária será a Líbia, no dia 3 de Junho deste ano, seguindo-se o desafio contra os Camarões, no dia dez.
No entanto, este profissional do treino, de 47 anos de idade, pode deixar os Palancas Negras a meio do percurso para o segundo maior feito do futebol nacional, a qualificação, outra vez, para uma fase final do mundial/FIFA.
O destino pode ser o clube português Estrela de Amadora, onde evoluem os angolanos Kialonda Gaspar, Keliano e Cambila. O “namoro” de longa data pode consumar-se agora por conta, também, do bom desempenho no CAN`2023 que termina no próximo dia 11, na Côte d`Ivoire.
Um pouco sobre Pedro Gonçalves - fez-se treinador de futebol nos escalões de formação do Sporting de Portugal.
Membro fundador da Academia, em Alcochete, permaneceu por lá durante 16 anos, primeiro como “scouting” e depois como treinador, onde foi 11 vezes campeão nacional nos escalões etários.
Em Angola, o seu percurso começou na formação do 1.º de Agosto, em 2015, sagrando-se campeão nacional antes de entrar para os quadros da Federação Angolana de Futebol, em 2018.
Primeiro treinou os Sub-17, depois os Sub-20 e os Sub-23 e depois assumiu a Seleção Nacional de honras, falhando o objectivo de levar os Palancas Negras ao Mundial de 2022, disputado no Qatar, mas obteve a qualificação para este CAN`2023, onde acabou de fazer história. MC
