Retrospectiva`2023: Andebol busca afirmação mundial

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  • Luanda     Domingo, 24 Dezembro De 2023    21h44  
Andebol angolano mantém "brilho" em África e no mundo
Andebol angolano mantém "brilho" em África e no mundo
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Luanda - O andebol sénior feminino confirmou, no ano de 2023, a inquestionável hegemonia em África, ao mesmo tempo que marcou passos significativos na sua ascensão ao resto do mundo.

Por Walter dos Reis e Marcelino Camões, jornalistas da ANGOP

Esta reflexão encontra respaldo no evidente facto de as “Pérolas”, como também é designada a Selecção Nacional, acumular um pecúlio de 15 troféus do Campeonato Africano, desde a conquista do evento, na sua estreia, em 1989, na Argélia.

De lá para cá, Angola tem se mostrado imbatível, sendo que em 18 participações no prestigiado evento continental sempre se manteve no pódio, registando-se um segundo lugar na edição do Egipto`1991. A Nigéria foi a campeã.

Em 1996, no Benin, a equipa nacional foi a terceira colocada. A Côte d`Ivoire sagrou-se campeã, secundada pela Argélia, repetindo a última posição do pódio (medalha de bronze) em 2014, na Argélia, superada pela Tunísia (1ª) e RDC (2ª).

O ano que termina foi marcado pelo oitavo apuramento aos Jogos Olímpicos, que terá como palco a capital francesa, Paris, em Setembro de 2024, além da presença, pela 17ª vez, numa fase final do Campeonato do Mundo.

A participação nos Jogos de Paris constituiu um desafio para o andebol feminino angolano, na perspectiva de passar à fase inicial do torneio, onde desfilarão, obviamente, as melhores selecções do ranking global.

Decorrido em Setembro, no pavilhão Multiusos do Kilamba, em Luanda, Angola terminou invicta o torneio pré-olímpico, com vitória na final sobre a congénere dos Camarões, por 27-21.

Com três vitórias em igual número de jogos, a selecção derrotou na 1.ª jornada o Senegal, por 22-21, e na segunda o Congo, por 30-15.

O conjunto angolano já esteve nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996), Sidney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012), Rio de Janeiro (2016) e Tóquio (2020).

Nos Jogos Olímpicos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro (Brasil), Angola ficou na oitava posição.

Agora, no Campeonato do Mundo, na Noruega, Dinamarca e Suécia, o combinado nacional deixou um sério aviso da potência que se tornou no contexto das nações. A França, vice-campeã em título e campeã olímpica, sentiu o peso disso.

No desafio inaugural da competição (dia 30 de Novembro), Angola perdeu com essa potência do andebol feminino por apenas um golo de diferença (29-30), numa partida equilibrada, a tal ponto de se registarem mais de uma mão cheia de empates ao longo do tempo regulamentar.

No último segundo, a capitã das Pérolas, Isabel Guialo, ainda rematou ao poste lateral, ficando patente que a vitória ou empate era possível tanto para uma como para outra selecção.

Na verdade, não foi a primeira vez que Angola pregou um susto às grandes potências do andebol mundial, e particularmente ao conjunto francês, depois da vitória de 29-27, no mundial de 2007, numa prova em que ficou na 7ª posição, a melhor classificação de sempre no histórico.

É bom recordar que o domínio africano de Angola em feminino é patente até nos escalões inferiores. Por exemplo, a nível dos juniores, Angola detém o título africano, totalizando já 11 troféus na galeria.

Em cadetes, o sucesso tem sido progressivo, na última prova continental neste escalão, Angola ficou na quarta posição, um degrau menos para o pódio.

Quanto aos masculinos, o ano que termina regista a participação no Campeonato Africano de 19 a 29 de Janeiro próximo, no Cairo (Egipto).

Para o efeito, o técnico Filipe Cruz foi resgatado quatro anos depois para garantir um lugar no pódio, tendo como adversários na fase inicial, grupo D, a Tunísia, a Nigéria e o Quénia.

Para os masculinos da modalidade jogada com as mãos, destaca-se as presenças nos Campeonatos do Mundo em 2005, 2007 e 2017 e a medalha de ouro nos Jogos Africanos de Rabat2019.

Filipe Cruz já conquistou, com os masculinos, duas medalhas de bronze nos Campeonatos Africanos das Nações de 2016 e 2018, medalha de prata nos Jogos Pan -africanos de Maputo 2011 e Brazaville 2015.

A nível de clubes, o Petro de Luanda e 1.º de Agosto há muitos anos que impõem supremacia nas provas das Confederação Africana de Andebol (CAHB).

No presente ano (2023), as “tricolores” conquistaram a Supertaça e a Taça dos Clubes Vencedores das Taças, já as “militares” arrebataram a Taça dos Clubes Campeões.

O Petro é o clube de maior sucesso em África em termos de andebol feminino, com um recorde de 42 títulos, dos quais 19 na Taça de África dos Campeões, 16 na Supertaça e 7 na Taça das Taças.

Já a equipa do 1.º de Agosto foi campeã mundial em 2019, ao derrotar a formação chinesa do Chinese Nacional Club, por 27-22, na final da primeira edição do SUPER GLOBE, prova organizada pela CAHB.

Entre os feitos das “militares” destaca-se ainda cinco troféus da Supertaça Babacar Fall, prova disputada entre os vencedores da Taça de África dos Clubes Campeões e os da Taça das Taças.

A Federação Angolana de Andebol terminou o ano de 2023 com um acto administrativo de grande relevância, no mês de Novembro, em acção decorrida na Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), em Luanda, com o lema “Visão 2030-Olhar o Futuro e Rumo à Excelência”.

A realização da 1ª Conferência Internacional de Andebol, em dois dias, teve como objectivo a recolha de contributos para que o país tenha um plano estratégico de desenvolvimento a médio e longo prazo.

Mais de uma centena de pessoas, entre dirigentes, técnicos, antigos praticantes, patrocinadores e outros agentes estiveram no fórum, que contou com a participação de prelectores de Angola, Portugal e Espanha.

Foram debatidos temas como “Gestores de Infra-estruturas”, tendo como orador, Rogério Silva, ex-presidente do Comité Olímpico Angolano, “Comunicação Social”-Teixeira Cândido, Secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas e “Financiamento e Sponsors”-José Matoso. WR/MC/VM





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