“Senhores” trilham caminho das pérolas em 47 anos de andebol

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  • Luanda     Quinta, 20 Maio De 2021    11h01  
Inter bate D`Agosto e conquista Supertaça Francisco de Almeida
Inter bate D`Agosto e conquista Supertaça Francisco de Almeida
António Escrivão

Luanda – Com quatro presenças em Campeonatos do Mundo e regularidade no pódio nas competições africanas, a selecção nacional sénior masculina de andebol trilha o mesmo caminho das “senhoras”, onze vezes campeãs de África, em 47 anos da modalidade que se celebra nesta quinta-feira.

Por Walter dos Reis

O sonho de colocar os angolanos na ribalta continental começa em 2004 com o regresso aos campeonatos africanos uma década depois, numa altura em que a federação era liderada por Archer Mangueira.
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Naquele mesmo ano o sete  nacional apurou-se pela primeira vez para um Campeonato do Mundo, Tunísia´2005, seguindo-se o Alemanha´2007, França´2017 e Egipto´2021.

 No histórico, em 2009, já com Pedro Godinho ao leme do órgão reitor, Angola obtém a medalha de prata nos Jogos Africanos de Maputo, repetindo a proeza na edição do Congo Brazaville em 2011, sendo o maior momento desta ascensão a conquista do ouro em Rabat´2017.

Interclube e 1.º de Agosto são as duas grandes potências do andebol nacional rivalizando na quadra todas as finais dos Campeonatos Provinciais, Taças de Angola, Campeonatos Nacionais e Supertaças, projectando todas as temporadas novos rostos e novos talentos.

Relativamente aos treinadores das selecções principais, destaque para o falecido Jerónimo Neto, que levou o combinado feminino à conquista do inédito sétimo lugar no Mundial de França’2007.

Realce igualmente para Filipe Cruz, que, com os masculinos, arrebatou duas medalhas de bronze nos Campeonatos Africanos das Nações de 2016 e 2018, medalha de prata nos Jogos Panafricanos de Maputo’2011 e Brazaville’2015.

Individualmente o país viu nascer estrelas como Paulo Bunze, José do Amaral, actual presidente da federação, Pírula, Josè Cardoso de Lima, Jerónimo Neto, Tony Costa, José Nobrega e Filipe Cruz, só para citar estes. Mas de lá para cá, surgiram Geovani Muachissengue, Gabriel Teca, Sérgio Lopes, Romé Hebo, Pedro Neto, Francisco Marçal e Elias António.

Apesar da “revolução” que sofreu o sector masculino, as senhoras são as mais temidas no continente berço pelo seu perfil vitorioso, extensivo ao Petro de Luanda e 1.º de Agosto, os dois emblemas com mais títulos continentais.

Com 13 conquistas em Jogos Africanos, as pérolas de África acumulam seis presenças em Jogos Olímpicos e quinze em Campeonatos do Mundo.

Mais recentemente, conquistaram o Campeonato Africano (Luanda´2016) e no mesmo ano obtiveram um 8º lugar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a melhor prestação de sempre.

Angola esteve presente nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996), Sidney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016), estando já qualificada para a edição de 2020 a ser disputada no Japão, entretanto adiada para este ano devido à pandemia da Covid -19.

A nível de clubes, na Taça dos Campeões africanos, a formação feminina do Petro de Luanda tem dominado, detendo 18 títulos, 17 dos quais consecutivos (de 1995 a 2013).

Na Supertaça as “petrolíferas” também têm passeado classe, com 17 troféus conquistados, secundadas pelo 1.º de Agosto (5).

Estas equipas disputam sábado, no pavilhão Paulo Bunze, em Luanda, mais uma edição desta prova organizada sob égide da Confederação Africana de Andebol, num recinto sem público por conta da Covid -19.

Instituída a 20 de Maio de 1974, ainda como Associação, tornando-se em federação em 1978, hoje a modalidade projectou antigas glórias para cargos políticos, caso das ex-deputadas à Assembleia Nacional, Palmira Barbosa, Filomena Trindade e Odete Tavares, esta última ainda em funções.  

No maior pedestal da política nacional também está uma antiga jogadora, a ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento Neto.

Maura Faial, Elisa Weba, Ilda Bengue, Fábia Raposo, Filomena Trindade, Marcelina Quiala, Justina Praça e Teresa Almeida “Bá” também figuram entre as atletas que ajudaram a fazer de Angola o país mais titulado no continente.

Seguiu-se uma legião de “estrelas” como Luisa Quiala, Azenaide Carlos, Natália Bernardo, Carolina Morais, Wuta Dombaxe, Matilde André, Albertina Kassoma, Marta dos Santos, Rossana Quitongo, Isabel Guialo, Magda Cazanga, so para citar estas.

A Federação Angolana de Andebol já teve como presidentes Francisco de Almeida (1979/1981), Hélder de Moura (1981/83), Marcelino Lima (1983/85), Sardinha de Castro (1988/86), Augusto Figueiredo (1987/90), José de Lima (1990/98), Hilário de Sousa (1998/2000), Archer Mangueira (2001/2008), Pedro Godinho (2008/2020) e actualmenteJosé do Amaral "Maninho" , para o período de 2020/2024.





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