Situação financeira do Sporting do Bié poderá estar minimizada

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  • Bié     Quinta, 07 Setembro De 2023    14h44  
Presidente do Sporting do Bié, Paulo Jorge Capama
Presidente do Sporting do Bié, Paulo Jorge Capama
Lonardo Castro

Cuito – O problema financeiro que afecta há alguns anos a formação do Sporting do Bié poderá estar minimizada nos próximos tempos, com a garantia de patrocínio da Fundação Alice Dombolo, num valor anual de 25 milhões de kwanzas.

Falando à imprensa por ocasião das celebrações dos 88 anos de existência do Cuito, desde que foi elevado à categoria de cidade (31 de Agosto), a representante da fundação Alice Dombolo, Gracieth Súngua, assegurou que os valores serão angariados a partir dos seus parceiros, nomeadamente o “Viva Seguro”, Grupo Carrinho e as agências bancárias BCI e Keve.

Apesar do montante em causa não cobrir todas as necessidades do clube, Gracieth Súngua referiu que o mesmo, a ser cabimentado provavelmente a partir já deste ano, irá minimizar algumas carências.

Disse ainda ser um incentivo para que outras instituições/empresários se juntem à causa, que a fundação abraçou por intermédio de um apelo lançado pela Associação dos Naturais e Amigos do Bié (ANABIÉ), para conjugação de esforços no sentido de ajudar essa agremiação desportiva.

Já o presidente de direcção do Sporting do Bié, Paulo Jorge Capama, enalteceu o gesto, tendo apelado a outras instituições no sentido de apoiarem este clube que tem contribuído no desenvolvimento de diversas modalidades desportivas.

Um dos mais emblemáticos desta província, o Sporting Clube Petróleos do Bié debate-se com falta de dinheiro desde 2018, ano em que o patrocinador oficial, a empresa petrolífera Total, deixou de financiar, por questões técnicas.

O clube, que já teve a equipa de futebol no Campeonato Nacional da primeira divisão (Girabola), em 1989, 2000 e 2005, tem um contrato de patrocínio ainda válido com a petrolífera Total, mas esta empresa não cabimenta os perto de 250 mil dólares/ano.

“O contrato era de um milhão de dólares, mas reduziu-se para 250. Ainda assim estamos sem esse dinheiro”, lamentou Paulo Jorge Capama, que assumiu o cargo em 2016.

Disse estar permanentemente em contacto com a direcção da Total, de quem tem recebido garantias de que, a qualquer momento, poderão receber alguns valores, situação que o deixa optimista.

Com 108 anos de existência, o clube conta com 550 atletas em formação, nas modalidades de futebol, basquetebol, andebol, atletismo, ginástica e voleibol, além de 41 funcionários, que têm os postos de trabalho em risco.

Neste momento, o Sporting do Bié sobrevive apenas das receitas do aluguer do seu património, designadamente o pavilhão, cine, lojas de conveniência e o Estádio dos Eucaliptos, mas insuficientes para se manter na mais alta-roda do desporto nacional.

Sem revelar montantes, o presidente Paulo Jorge Capama disse que o valor arrecadado está longe de satisfazer todas as necessidades, pois, nesta altura, têm uma dívida com os funcionários de perto de 40 milhões de kwanzas.

O clube possui 635 sócios, mas apenas 55 pagam regularmente as suas quotas mensalmente, o que só garante angariar valores ínfimos que rondam os 45 mil e 500 kwanzas.AS/PLB





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