Sporting do Bié sem dinheiro para sobreviver

     Desporto           
  • Bié     Terça, 03 Maio De 2022    17h31  
Presidente do Sporting do Bié, Paulo Jorge Capama
Presidente do Sporting do Bié, Paulo Jorge Capama
Lonardo Castro

Cuito – O Sporting Clube do Bié, um dos mais emblemáticos desta província, debate-se com falta de dinheiro para suportar as despesas correntes, situação que pode comprometer a sobrevivência da agremiação nos próximos tempos.

Num dia em que comemora 107 anos de existência (3 de Maio), o presidente do clube, Paulo Jorge Capama, em entrevista à ANGOP, disse temer pela extinção do clube, que conta com 550 atletas em formação, nas modalidades de futebol, basquetebol, andebol, atletismo, ginástica e voleibol.

Desde 2018 que a instituição luta para salvaguardar os postos de trabalho de 41 funcionários, assim como o pagamento de salários e prémios de jogos.

Neste momento, o Sporting do Bié sobrevive apenas das receitas do aluguer do seu património, designadamente o pavilhão, cine, lojas de conveniência e o Estádio dos Eucaliptos, mas insuficientes para se manter na mais alta-roda do desporto nacional.

Sem revelar montantes, o presidente Paulo Jorge Capama disse que o valor arrecadado está longe de satisfazer todas as necessidades, pois, nesta altura, têm uma dívida com os funcionários de perto de 40 milhões de kwanzas.

O clube, que já teve a equipa de futebol no Campeonato Nacional da primeira divisão (Girabola), em 1989, 2000 e 2005, tem um contrato de patrocínio ainda válido com a petrolífera Total, mas há quatro anos que esta empresa não cabimenta os perto de 250 mil dólares/ano.

“O contrato era de um milhão de dólares, mas reduziu-se para 250. Ainda assim há quatro anos que estamos sem esse dinheiro”, lamentou Paulo Jorge Capama, que assumiu o cargo em 2016.

Clube com intenções de regressar ao Girabola

Apesar das dificuldades financeiras, o presidente do clube augura o regresso, a curto ou médio prazo, da equipa de futebol ao Campeonato Nacional da primeira divisão, depois da sua última participação, em 2005.

Para o efeito, estimou em 300 milhões de kwanzas o valor necessário para contratar novos jogadores e assegurar os salários, prémios de jogo e outras despesas pontuais.

Disse estar permanentemente em contacto com a direcção da Total, de quem tem recebido garantias de que, a qualquer momento, poderão receber alguns valores, situação que o deixa optimista.

A equipa de futebol tem participado nos zonais de apuramento, mas tem fracassado nas suas intenções de regressar ao Girabola, muito por falta de incentivo aos atletas, sobretudo de dinheiro.

Em busca de mais sócios

O clube possui 635 sócios, mas apenas 55 pagam regularmente as suas quotas mensalmente, o que só garante angariar valores ínfimos que rondam os 45 mil e 500 kwanzas.

Paulo Jorge Capama realçou que continua sendo uma das suas prioridades a reunificação dos seus membros e, consequentemente, trabalhar numa campanha de angariação de novos sócios, através da atribuição de cartões de forma gratuita.

O presidente do clube solicitou ajuda de toda a sociedade biena e não só, para apoiar a agremiação, que já deu alegrias ao país, até mesmo a nível africano.

Lembrou que a atleta Samba Mahula foi campeã africana de ginástica, em 2018, prova decorrida no Egipto, ao conquistar o ouro na prova de tumbling e ainda duas medalhas de prata, no salto e em grupo.

A outra atleta Joaquina Mahula teve três medalhas de prata na ginástica rítmica.  





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