Luanda – A trajectória e feitos do falecido co-fundador do Petro de Luanda, Hermínio Escórcio, foram lembrados e eternizados, a partir de hoje (quarta-feira), numa exposição fotográfica e de vídeos projecções, na sede social do clube desportivo.
Em acto aberto pelo actual presidente da agremiação, Tomás Faria, na presença de familiares, jogadores e outras personalidades, os quadros e painéis electrónicos retratam à infância, adolescência (1936-1954) do ex-dirigente, no Lobito (Benguela), e acções posteriores.
Além de funções políticas e governamentais do presidente honorário do Petro, que morreu, por doença, no princípio deste mês, na África do Sul, aos 88 anos de idade, nas imagens, realce a sua contribuição para os êxitos e grandeza do colectivo desportivo angolano, principalmente no futebol.
Ao usar da palavra, Tomás Faria, expressou o sentimento de gratidão a figura de Hermínio Escórcio, o qual denominou “o pai do Petro”, e a necessidade da preservação do seu legado, servindo de influência e inspirações as várias gerações.
Posição idêntica, foi manifestada pelo seu filho, Walter Escórcio, tecendo algumas considerações sobre as actuações do pai, na fundação e alcance dos objectivos do Petro, corroborado pelo antigo presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Armando Machado, este também ex-líder petrolífero.
De igual modo, expressou-se o jornalista desportivo Silva Candembo, que varias vezes privou com o malogrado, anunciando para breve, o lançamento de uma obra biográfica sobre Hermínio Escorcio e o Petro de Luanda.
Na ocasião, também fez-se apresentação de um novo equipamento alternativo da equipa de futebol, para a próxima época desportiva de 2023/24, de cor preto brilhante, com símbolos e letras douradas, em homenagem.
As referidas indumentárias foram exibidas pelos antigos jogadores Gaby Vieira Dias, Osvaldo Jesus, Amaral Aleixo, Job e Zé Kalanga, que além de contribuíram para os mais de 10 títulos dos campeonatos nacionais (Girabola) dos “tricolores”, actuaram também pela Selecção Nacional.
Ainda sobre Hermínio Escórcio, o nacionalista foi director do Gabinete do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, entre 1975 -1979, tendo exercido, também, o cargo de embaixador de Angola em vários países, entre os quais Argentina, Alemanha, Áustria, Argélia, Egipto, Líbia, Tunísia e Emirados Árabes Unidos.
Natural do Lobito, província de Benguela, formou-se em Estudos Económicos, Administração e Relações Pública. Exerceu actividades aderência ao MPLA na clandestinidade e participou do processo de Libertação Nacional desde 1958.
Foi preso político, julgado e condenado por um tribunal especial militar por imposição da Polícia Política Portuguesa (PIDE) de 1963 a 1974. Fez parte da delegação do MPLA que negociou as tréguas com os portugueses nas chanas de Liamege, na província do Moxico.
Coordenou a comissão de recepção da primeira delegação do MPLA dirigida por Lúcio Lara. Exerceu, também, cargos de secretário pessoal do Presidente António Agostinho Neto - 1974/75.
Entre os vários cargos que exerceu enquanto político, consta ainda o de director do Protocolo da Presidência da República e director Geral da Sonangol. VAB