Luanda -O activo do sector bancário totalizou 16,94 biliões de kwanzas, no segundo trimestre deste ano, com cerca de 1/3 do património da banca aplicado em Títulos de Valores Mobiliários (TVM).
Os depósitos dos clientes mantém-se como a maior fonte de financiamento do sector bancário, onde o passivo total do sector bancário atingiu uma cifra de Kz 14,91 biliões, de acordo com os Indicadores da Estabilidade Financeira do primeiro semestre deste ano, publicado, esta segunda-feira, pelo Comité de Estabilidade Financeira (CEF) do BNA.
Ainda de acordo com o relatório a que a ANGOP teve acesso, a carteira de crédito totalizou Kz 4,78 biliões, sendo que o crédito em moeda nacional (MN) representou 84,31% do total.
Tudo indica que o sector bancário permanece concentrado no sector privado, com realce para o comércio por grosso, particulares e construção, perfazendo um peso agregado de 55,39%.
Quanto aos depósitos, o documento refere que o mesmo cifrou-se em Kz 13 biliões, sendo provenientes sobretudo dos sectores de particulares, administração pública e defesa, segurança social obrigatória, e actividades financeiras e de seguros” que representam 48,78% do total dos depósitos.
Risco de crédito
Por outro lado, o documento faz referência que o nível de incumprimento da carteira de crédito do sector bancário deteriorou 5,71%, provocando um ligeiro aumento do risco de crédito.
Destacam-se os bancos públicos com maior apetite ao risco de crédito, cuja taxa de cobertura de imparidades sobre o crédito foi de 65,11%, superior aos bancos privados nacionais e bancos privados com participação estrangeira, com cerca de 28,01% e 4,83%, respectivamente.
Ao nível do sector financeiro não bancário, o relatório destaca a diminuição do volume de microcrédito concedido pelas sociedades de microcrédito atingindo um total de Kz 3,69 mil milhões, em contrapartida a taxa de juro média mensal que saiu de 7 ,81% para 6,57%., observando-se uma ligeira redução.
São preocupações apontadas pelos promotores dos projectos que aumentam o risco de crédito, a subida de preços das matérias -primas importadas, dificuldades de distribuição da produção e a cobrança de juros sem actividade (falta de carência de juros).
O Comité de Estabilidade Financeira (CEF) é um órgão auxiliar do Comité Executivo presidido pelo Governador do Banco Nacional de Angola, sendo responsável pela definição das directrizes e estratégias que visam mitigar o risco sistémico, bem como promover a adopção de políticas macroprudenciais.