África defende apoio ao sector privado agrícola na FAO

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  • Luanda     Quarta, 02 Dezembro De 2020    16h12  
Agricultura
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Belarmina Paulino

Roma - O Grupo Africano junto da FAO defendeu, nessa terça-feira, em Roma, uma maior colaboração desta organização com o sector privado para o renascimento e transformação da produção agrícola no continente.

A posição africana foi expressa  pela  delegação de Angola numa intervenção apresentada pela representante permanente de Angola na FAO, Maria de Fátima Jardim ao debruçar-se sobre a “Estratégia da FAO de colaboração com o sector privado 2021-2025”, durante a 165ª  sessão do conselho da FAO, que decorre de 30 Novembro a 4 Dezembro 2020,   por vídeo-conferência.

A “Estratégia do Sector Privado 2012-2025”, descreve, em termos gerais, os factores, mecanismos e acções para uma melhor utilização e promoção do sector privado na transformação da produção agrícola, por meio de parcerias. Engloba os sectores das pequenas, médias e grandes empresas e a agricultura familiar.

Na declaração, a representante  angolana referiu que “em África, o sector privado será capaz de desenvolver-se com investimentos, desde a formação à inovação, às tecnologias, incluindo a digital, com o acesso às instituições financeiras, de forma a potenciar o desenvolvimento e a organização com um impacto que se traduza em geração de empregos, melhoria das condições de vida dos agricultores e das famílias rurais.

Congratulou-se, por outro lado, com os esforços envidados pela FAO para actualizar a “Estratégia de 2013”, tendo em conta a evolução dos eventos, em particular a covid-19, as alterações climáticas e a necessidade de adaptar a Estratégia à “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) ”.

Fátima Jardim indicou, em nome dos diplomatas africanos, que “a aplicação da Estratégia da FAO em África deve ter em consideração a visão da União Africana e a sua “Agenda 2063”, a “Declaração de Malabo” e a “Declaração Ministerial Conjunta sobre o impacto da covid-19, da Segurança Alimentar e Nutrição em África”. 

Acrescentou que as estratégias regionais devem ter em conta as especificidades dos países, respeitar as legislações e prioridades nacionais, com o acordo prévio dos governos e salvaguardar os interesses do sector privado local.

O Grupo Africano propôs, por outro lado, o envolvimento das comunidades científicas das diferentes regiões, para que as maiores preocupações da comunidade internacional de hoje, como o efeito de estufa, a redução do consumo de água, energia,   fertilizantes e pragas, entre outros, encontrem as melhores soluções e se desenvolva  uma agricultura mais racional, com menor gasto de recursos e menos poluente.  

Por fim, os embaixadores africanos concordaram com os princípios definidos na “Estratégia do Sector Privado 2012-2025”, em particular a contribuição para os ODS, o respeito pelos valores da FAO e das Nações Unidas e a defesa da sua reputação.

Angola foi eleita vice-Presidente do Conselho da FAO, durante a 165ª sessão ordinária desta agência das Nações Unidas aberta segunda-feira, em Roma.

A delegação angolana é chefiada pelo secretário de Estado para a Agricultura, João Manuel Bartolomeu da Cunha.

 





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