África Têxtil recupera equipamentos avariados para arranque da produção

     Economia           
  • Benguela     Sexta, 13 Agosto De 2021    18h39  
Fábrica África Textil de Benguela
Fábrica África Textil de Benguela
Pedro Parente

Benguela – A África Têxtil pretende recomeçar a sua produção comercial a partir de Janeiro de 2022, com uma capacidade de 134 mil lençóis, dez mil cobertores e mil toalhas de banho/mês, num consumo de 40 toneladas de algodão/dia, apurou hoje a Angop, de fonte fabril.

Segundo Divaldo Oliveira, responsável pela área administrativa, pelo menos 50 das 52 máquinas de fiação foram já recuperadas nos últimos tempos, contra apenas duas que funcionavam na época da gestão da Alassola.

Só para recuperação das máquinas, a atual gestão teve que despender USD 4.000.000 para aquisição de acessórios da fábrica de fiação, já que a empresa compreende quatro unidades fabris representadas por uma única – fiacção, tecelagem, acabamento e área de produto final.

Ainda assim, indicou que um camião proveniente da África do Sul, com produtos químicos, encontra-se a caminho de Angola, o que vai permitir uma melhor qualidade de produção de fios.

Até aqui, frisou, 20 toneladas de fios estão prontos para seguirem para a África do Sul, enquanto que outras quantidades vão atender as necessidades internas, já que não se faz tecido sem fios.

Acrescentou que, brevemente, vai começar o processo de produção de tecidos, tendo já realizado duas exportações de fio para a África do Sul, estando na fila outros interessados do fio angolano, como é o caso do Quénia.

Para o mesmo responsável, o que falta neste momento são mais os produtos químicos à base de amido, para dar resistência aos fios, pois as máquinas que trabalham no tecido são muito velozes, com tendência de rebentarem os fios, provocando a paralisação das mesmas se não for aplicado o amido.

Por outro lado, admitiu a existência de algum algodão, mas já em processo de produção, evitando a sua acumulação em armazém para se evitar incêndios.

Informou que, com os actuais níveis de produção, 30 toneladas de algodão são consumidas em dois meses, tendo a fábrica sido abastecida recentemente com o produto, proveniente do Zimbabwe.

Indicou que, desde a entrega da fábrica pelo chefe do Executivo, em Fevereiro último, os novos gestores já realizaram duas exportações de algodão, nomeadamente a primeira de 60 toneladas e esta última de trinta e duas (32).

Frisou que, a partir de Janeiro próximo, a ideia é dar-se início a produção comercial, daí que, um navio carregado de 200 toneladas de algodão poderá chegar a qualquer momento.

Afirmou que, até ao momento, não foi feita nenhuma intervenção do fabricante, sendo que os técnicos locais têm dado respostas às diversas avarias detectadas, principalmente para substituição de algumas borrachas e correias, cuja importação ultrapassa os quatro milhões de dólares.

À isso, lamentou, acresce-se os impostos aduaneiros e sobre o valor acrescentado (IVA), o que está a tornar a produção menos competitiva em relação aos países vizinhos.

Quanto ainda aos custos, espera ver a situação energética melhorada até ao início da produção comercial, uma vez que por enquanto apenas recebe 30 por cento dos 11.2 MW de corrente pública necessários.

Indicou que, no geral, a empresa vai precisar de 1200 operários, mas atualmente conta com 240 em processo formativo, além de 290 outros já formados pela anterior gestão, devendo outros serem recrutados à medida que os níveis de produção forem aumentando.     

Por outro lado, disse que o nome da fábrica não mudou, conntinua a ser áfrica têxtil, devido ao valor cultural e histórico desta unidade. 

 

  





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