Dondo - O responsável do Departamento das Pescas e Aquicultura da Direcção Provincial das Pescas do Cuanza Norte, Patrício de Andrade Constantino, defendeu a necessidade de se replicar o novo modelo de gestão das águas artesanais, introduzidos pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA).
Baseado na Criação de Conselhos Comunitários de Pescas (CCP), o projecto foi desenvolvido no período 2017/ 2022, na lagoa de Cazanga, comuna de Massangano, com a introdução de técnicas modernas de captura e processamento do pescado, acondicionamento, transporte e comercialização.
Em declarações quarta feira à ANGOP, no município de Cambambe, Patrício Constantino, considerou que com este modelo, que inclui a proibição do uso de malhas inferiores a 37, 5 polegadas, o FIDA pretende tornar cada vez mais rentável os níveis de aproveitamento das águas artesanais e continentais.
O uso de instrumentos sonoros no interior das lagoas, a inobservância do período de desova do cardume, foram igualmente enumeradas como práticas nocivas ao sucesso da actividade piscatória, em que os critérios de inversão do quadro merecem ser replicados em outras lagoas, para o aumento da renda das famílias pescadoras.
Em Cazanga, tida como ponto focal do projecto, foram criadas infra- estruturas sociais, de apoio à pesca artesanal, com a criação de portos de desembarque, jangos e latrinas comunitárias, atribuição de instrumentos de pescas e a promoção da alfabetização, tendo beneficiado 95 pescadores, destes 30 mulheres processadoras do pescado.
Desde Setembro de 2022, foi criada uma comissão multisectorial que está a desenvolver um projecto semelhante na lagoa do Banze, também na comuna de Massangano, que se pretende que seja extensivo às 35 lagoas existentes na circunscrição.
Integram o comité, membros das administrações municipal de Cambambe e comunal de Massangano, da Agricultura, do Instituto de Desenvolvimento Florestal, da Marinha Mercante e Porto e autoridades tradicionais.
O Projecto de exploração das águas artesanais, processamento de pescado e aquicultura do FIDA, contempla as províncias de Luanda, Bengo, Cuanza Norte e Malanje, tendo beneficiado 15 mil e 250 famílias. MF/IMA
