Agronegócio e mineração destacam-se nas oportunidades de investimento

     Economia           
  • Luanda     Terça, 05 Setembro De 2023    19h13  
Campo agricola
Campo agricola
Manuel Zamba

Luanda – Os sectores do agronegócio, da mineração, das telecomunicações e infra-estruturas são as áreas que mais oferecerem oportunidades de investimento privado em Angola, apontou, esta terça-feira, em Luanda, o director nacional de Estudos e Planeamento, Luís Epanga.

A par dessas áreas, o responsável do Ministério da Economia e Planeamento realçou também o potencial do capital humano, maioritariamente constituído por jovens, que podem ser catalisadores do processo da diversificação económica.

Ao falar numa mesa redonda sobre o processo de construção do “Mapa do Investidor Sustentável”, recordou que Angola explora apenas cerca de 10 % das suas terras aráveis, facto que abre oportunidades para os investidores explorarem o potencial agropecuário no país.

Com essa vasta gama de terras aráveis disponíveis, prosseguiu, os empresários têm a oportunidade de desenvolver a cadeia de valor e investir com segurança de ter o retorno do investimento e responder aos desafios dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do milénio.

Em relação às oportunidades existentes no sector das telecomunicações, Luís Epanga lembrou que apenas cerca de 14% dos 33 milhões de habitantes em Angola tem acesso à internet, uma lacuna que os empresários podem preencher com a injecção de capital para esta área.

Quanto aos recursos minerais, o director nacional sublinhou que o Plano Nacional de Geologia (Planageo) referiu que Angola possui 38 dos 50 minerais mais importantes do mundo, abrindo “portas” para os investidores privados explorarem estes minérios e desenvolver a sua cadeia de valor.

Por sua vez, o administrador executivo da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), José Chinjamba, afirmou que “o país ainda é virgem em quase todos domínios”, facto que dá chance aos investidores primarem pelo desenvolvimento sustentável, com destaque para a mitigação do impacto ambiental.

De acordo com o responsável, numa altura em que Angola está a construir o Mapa do Investidor Sustentável, é fundamental que os empresários estejam alinhados com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), com investimentos sólidos na saúde, educação e nas infra-estruturas, para que até 2030 se obtenha os melhores resultados dos ODS.

Recordou ainda que a AIPEX recebeu vários investimentos que desapareceram, no período de 2010 a 2014, porque eram inconsistentes. Por esse facto, justificou, a Agência e os outros organismos estão a averiguar, minuciosamente, os projectos de investimentos submetidos ao país.

Já o presidente da Associação das Indústrias Panificadoras, Gilberto Simão, apontou a reforma na Lei de Terras como um dos factores para o sucesso do Mapa do Investidor Sustentável. A revisão dessa lei, referiu, poderá evitar os actuais conflitos entre os empresários e os camponeses.

Para a especialista em desenvolvimento sustentável Carina Costa, o sucesso do Mapa do Investidor Sustentável passa, essencialmente, pela interacção com os planos como o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) e com o Programa de Privatizações (PROPRIV).

Na mesma senda, o técnico especialista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Lorenzo Mancini, afirmou que o sector da indústria de transformação está no centro do Mapa do Investidor Sustentável, para alavancar a economia de Angola.

Por outro lado, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCI), Vicente Soares, apontou a burocracia como um dos principais entraves para atracção de mais investimentos privados no país.

O Mapa do Investidor Sustentável é uma iniciativa do Ministério da Economia e Planeamento, em parceria com as instituições financeiras, académica e a sociedade civil, com objectivo de identificar áreas de oportunidades de investimento e fomentar a participação do sector privado no desenvolvimento sustentável, tendo em conta as necessidades prementes dos ODS. OPF/QCB/BA

 





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