Angola engaja-se no combate ao branqueamento de capitais

     Economia           
  • Luanda     Segunda, 26 Fevereiro De 2024    14h18  

Luanda - Angola continua empenhada em fortalecer o sistema nacional anti-branqueamento de capitais, visando as melhores práticas internacionais, reafirmou, esta segunda-feira, o director-adjunto da Unidade de Investigação Financeira (UIF), António Freire dos Santos.

Conforme referiu o director-adjunto, que falava à imprensa, à margem do workshop sobre “Risco de branqueamento de capitais, relacionados com negócios designados não financeiros e outras profissões”, estão a ser implementadas estratégias legislativas sobre prevenção e combate ao branqueamento de capitais.

Assim como, apontou, está a ser criada uma base de dados e um website, onde as instituições que trabalham com a UIF possam partilhar todo tipo de informações e  receber denúncias.

De acordo com o responsável, o UIF é o facilitador que, com base nas recomendações do Grupo de Acção Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento de Terrorismo (GAFI), tem trabalhado para reduzir a tendência da prática de crimes financeiros, com vista a melhoria da imagem do país, a nível do sistema financeiro nacional e internacional.

Referiu que o conjunto de recomendações, observadas pelos peritos do GAFI, estão a ser cumpridas, essencialmente na actualização legislativa, definição dos grandes desafios para prevenção e combate ao branqueamento de capitais, bem como a capacitação de quadros para intervir de forma especializada.

“Angola tem até o mês de Julho para estar conforme as recomendações. Estamos a trabalhar e temos tempo suficiente. Os passos até ao momento são bastante significativos”, realçou.

Acrescentou que foi elaborado um plano nacional, onde todas as instituições participaram com as suas contribuições, sendo que já existe um plano estratégico de prevenção e combate ao branqueamento de capitais no país.

“De momento, não temos o sinal de estar na lista cinzenta. Estamos a fazer o possível para suprir as insuficiências que foram identificadas. Vamos aguardar que os avaliadores definam, em função do cumprimento do conjunto de acções estabelecidas, o estado de desenvolvimento que o país teve”, salientou.

Adiantou que em Julho Angola volta a prestar informações para responder, em que grau, deve cumprir o conjunto de insuficiências que foram identificadas no relatório de avaliação de risco de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e os seus crimes subjacentes.

Por sua vez, a conselheira da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC) em Angola, Manuela Carneiro, considerou o branqueamento de capitais um desafio dinâmico que evolui constantemente, à medida que os criminosos encontram novos espaços e métodos para explorar.

De acordo com a responsável, o sector imobiliário, os escritórios de advogados, os negociantes de metais preciosos, as seguradoras e inúmeros outros sectores não financeiros estão expostos ao risco, podendo ser utilizados para actividades ilícitas, sem o seu conhecimento ou consentimento.

O workshop sobre “Risco de branqueamento de capitais, relacionados com negócios designados não financeiros e outras profissões”, promovido pela UIF e a Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC) em Angola, insere-se no Projecto de Apoio ao Fortalecimento do Sistema de Confisco de Activos em Angola (PRO.REACT), financiado pela União Europeia (UE).

O Projecto tem como objectivo desenvolver um sistema eficaz de combate aos fluxos financeiros ilícitos, refere uma nota de Imprensa da ONUDC a que a ANGOP teve acesso.

A Suíça é um dos países do mundo que nos últimos anos se tem distinguido no combate ao branqueamento de capitais.

Deste modo, com o apoio da Embaixada da Suíça em Angola, três especialistas do “Institut de Lutte Contre la Criminalité Economique” (Neuchâtel, Suíça) com experiência nestas matérias irão partilhar com Angola os seus conhecimentos e casos de sucesso.

O workshop de três dias conta com a participação de 35 profissionais angolanos. ASS/AC





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