Angola ganha primeiro centro tecnológico para testes de sondas

     Economia           
  • Luanda     Quarta, 10 Novembro De 2021    19h24  
Câmara Hiperbárica que serve para testagem dos equipamentos petrolíferos
Câmara Hiperbárica que serve para testagem dos equipamentos petrolíferos
Gaspar dos Santos

Luanda – O país conta, a partir desta quarta-feira, com o primeiro Centro de Alta Tecnologia da África Subsariana, para testes e manutenção de equipamentos subaquáticos de plataformas de produção de petróleo.

Inaugurado esta quarta-feira pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, o centro tecnológico permitirá reduzir os custos de manutenção das sondas de perfuração das petrolíferas, que anteriormente recorriam ao exterior do país para testar e calibrar os equipamentos de exploração do crude.

“O petróleo é localizado/descoberto a cerca de 2.000 ou 3.000 metros de profundidade, portanto, antes de iniciar a exploração, os equipamentos usados para perfuração dos poços devem ser testados e calibrados nessa máquina tecnológica”, explicou o presidente da empresa Aksel, accionista do centro, Pedro Godinho.

Instalado no município de Viana (via expressa - Cacuaco/Viana), em Luanda, a também chamada “Câmara Hiperbárica” encurtará, igualmente, o tempo de espera das empresas, que têm enviado os equipamentos petrolíferos em outros países, para a calibragem e manutenção.

Com a redução de custos e do período de paralisação das sondas, ajudará as petrolíferas aumentar a produção de petróleo, que actualmente está em declínio em Angola, assim como elevar a capacidade de arrecadação de divisas para o país, de acordo com Pedro Godinho, que falava à imprensa, após o acto de inauguração do centro.

A título de exemplo, a desmobilização e envio de uma sonda avariada para o exterior, bem como o seu regresso ao país pode durar seis meses, um período longo em que a empresa proprietária do equipamento fica sem operar, causando prejuízos/baixas consideráveis na produção e nas receitas, explicou o também engenheiro em petróleo.

Mas, prosseguiu, essas perdas poderão ser evitadas, se as petrolíferas darem a utilidade necessária à Câmara Hiperbárica angolana, que está preparada para atender a demanda das empresas com equipamentos de perfuração que tenham capacidade de até 5.000 metros de profundidade.

Além disso, avançou, a máquina tecnológica, que prevê empregar perto de 200 novos postos de trabalho (85% angolanos), ajudará as empresas poupar vários milhões de dólares na reparação dos equipamentos petrolíferos, sem depender do exterior do país.

Pedro Godinho revelou ainda que, com a instalação do centro tecnológico em Angola, os investidores projectam arrecadar entre cinco mil a sete mil dólares americanos por ano, em função do número de empresas que operam no mercado interno e externo da África subsaariana, como a Nigéria, o Ghana, Guine Equatorial, além de Angola.

Por outro lado, o director-geral da Total Energies Angola, Olivier Jouny, sublinhou que o centro tecnológico irá contribuir na melhoria da eficiência da reparação dos equipamentos petrolíferos no país, visando acelerar o aumento da produção.

Para o gestor da maior operadora petrolífera em Angola, o projecto tecnológico se enquadra perfeitamente na estratégia da sua empresa, que prima por mais energia, menor emissões e mais sustentabilidade.  

Já o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Martins, considerou que a Câmara Hiperbárica vai contribuir para integração da mão-de-obra nacional, além de reduzir os custos das empresas.

Na ocasião, o gestor da petrolífera angolana fez saber que a Sonangol tem registado custos com as manutenções na ordem de 20% a 30 por cento.

O primeiro Centro de Alta Tecnologia da África Subsariana é um investimento privado da empresa de direito angolano, Ake Solutions Angola - Aksel, que investiu 25 milhões de dólares norte-americanos, para erguer a infra-estrutura.





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