Angola tranquiliza investidores sobre segurança e estabilidade

     Economia           
  • Luanda     Terça, 06 Fevereiro De 2024    11h36  
Tractor prepara terras para actividade agrícola
Tractor prepara terras para actividade agrícola
Júlio Vilinga

Doha – Angola é, do ponto de vista político, militar e social, dos países mais seguros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para fazer investimentos, afirmou o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João da Cunha.

O dirigente, que falava esta terça-feira num seminário sobre “Agricultura e investimento privado”, realizado no âmbito da participação de Angola na Expo Doha 2023,disse que, além desses factores, o país oferece outras condições e oportunidades de negócios para os investidores nacionais e estrangeiros.

No evento, realizado no pavilhão de Angola na Expo, com a presença da ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, o secretário de Estado afirmou que o país tem muitos recursos naturais, principalmente petróleo, mas decidiu diversificar a sua economia e apostou fortemente na agricultura, pois não se pode viver apenas do crude.

“Temos leis que permitem a quem investir em Angola estar livre de taxas, durante muitos anos, condições mais do que favoráveis, comparadas com outros países da região”, referiu João da Cunha, durante o seminário, também presenciado pela comissária-geral de Angola na Expo, Albina Assis.

Apontou igualmente a recuperação e criação de novas infra-estruturas, como energia eléctrica, estradas, caminhos-de-ferro, aeroportos e quatro portos de águas profundas, que permitem a transportação dos produtos, bem como uma reforma “muito profunda”, para que o investimento estrangeiro seja feito de forma segura.

O país, disse, possui bom clima para produzir, chuvas abundantes, cerca 1200/1400 milímetros anualmente, o que permite produzir o ano inteiro sem problemas.

Deste modo, incentivou o empresariado estrangerio a investir na agricultura, sublinhando que Angola tem água abundante e aproximadamente 55 milhões de hectares de terra potencialmente agrícola, estando-se a produzir apenas cinco milhões, cerca de 10 por cento.

“Temos grandes desafios em relação à necessidade de aumentar a nossa produtividade”, salientou, reconhecendo que o país ainda tem problemas na produção de solos, sementes com melhor qualidade e mão-de-obra qualificada.

O secretário de Estado salientou que o Governo angolano está interessado na produção de produtos como arroz, milho, trigo, feijão, girassol, apontando a existência terras disponíveis na Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico e Cuando Cubano para investidores interessados. 

João da Cunha observou, porém, que embora Angola disponha de bastante água não está fora do contexto internacional, relativo às alterações climáticas, ocorrendo no país algumas irregularidades de quedas pluviométricas.

“Outro sector importante é o da pecuária, onde queremos desenvolver a produção de bovinos, suínos, caprinos, muitas aves, ovos e bastante leite”, disse, afirmando haver uma grande oportunidade de negócios para estrangeiros e nacionais.

Infra-estruturas logísticas, prestação de serviço, mecanização agrícola, produção de fertilizantes e pestecidas, disponibilização de tractores e de pequenos instrumentos para a agricultura familiar foram também referidos como pertinentes no processo de diversificação da economia.

O evento foi assistido pelo empresário qatari Yassin Al-Jabsrti, da firma Gulf African Commercial Representation, o qual manifestou a pretensão de se deslocar brevemente a Angola para avaliar o ambiente e as oportunidades de negócios.

A Representação Comercial do Golfo Africano (GACR) é uma rede de primeira linha de empresários, investidores e profissionais de negócios, comprometidos com a promoção do comércio e do investimento entre o Grupo Consolidado de Consultores (CCG) e África.SR/AC





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