Angola quer atrair investimento checo para transformação agro-alimentar

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 11 Maio De 2023    12h56  
Pormenor da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo(Foto ilustração)
Pormenor da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo(Foto ilustração)
Cedida

Luanda - O Governo quer reforçar a parceria com a República Checa para atrair investimento, aumentar a produção e transformação agro-alimentar, disse, na quarta-feira, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.

Falando num fórum de negócios entre República Checa - Angola, organizado pela Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), com o Ministério da Indústria e Comércio, sublinhou que os empresários daquele país podem investir em Angola nos sistemas de irrigação, produção de sementes e fertilizantes.

"Não falamos de forma genérica, falamos também da mobilidade, desde montagem de camiões, eléctricos (transportes colectivos), que podem ser montados na Zona Económica Especial, falamos também da indústria do ramo do agronegócio e outros investimentos que sejam feitos em Angola”, reforçou.

Na visão do ministro, os empresários da República Chega podem ser também os catalisadores do processo de substituição das fontes de energia térmicas, por fontes limpas "como são os casos da eólica e a solar".

Na ocasião, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha, disse que Angola quer igualmente investimento dos checos em grãos (milho, arroz, trigo e soja), frutas tropicais, exploração e transformação local da madeira e mecanização agrícola.

Entre tanto, o secretário de Estado do Comércio, Amadeu Nunes garantiu existirem condições para que os empresários possam instalar as suas indústrias no país e explorar o potencial de toda a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), tirando proveito das vantagens comparativas que o país apresenta.

Já o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), Walter Pacheco, apresentou as oportunidades oferecidas pelo programa de privatizações e a evolução da bolsa de valores de Angola.

Por seu turno, o director de Relações Internacionais da Confederação da indústria da República Checa, Lucas Martin, afirmou que "Tivemos uma pandemia da covid-19 que nos impediu de ter contacto pessoal, é o momento de recuperar o tempo perdido, e esperamos que esta relação entre as repúblicas Checa e Angola esteja no início",

"Vamos mobilizar os nossos filiados e apresentá-los a potenciais parceiros em Angola", assegurou Lucas Martin.

O administrador Executivo da ZEE, Adriano Celso Borja, assegurou que estabeleceu contactos para que “as empresas possam participar na infra-estruturação de novos lotes, com electricidade, e para a instalação das unidades fabris na ZEE".

Segundo Celso Borja, os empresários "manifestaram interesse em participar da próxima edição da Filda 2023, que se vai realizar em Julho próximo, com o objectivo de demonstrar o seu potencial nas respectivas áreas e conhecer, no terreno, a Zona Económica Especial".

De acordo ainda com o administrador da ZEE, "os empresários do sector da energia garantem que nos próximos três meses vão mobilizar mais parceiros para desenvolver os quadrantes, por infra-estruturar na reserva de Viana da ZEE".

Lello Francisco, PCA da AIPEX, considera que eventos como esse devem ser intensificados para que o mercado angolano seja mais conhecido pelo mercado checo e se aumente as trocas comerciais entre os dois países. 

"Devemos aumentar a presença de produtos angolanos, nem sejam começar com as rochas ornamentais, mas também abrir o mercado nacional aos produtos checo, pois foram identificadas empresas do sector mineiro que têm interesse em investir em Angola”, asseverou.

A delegação angolana visita a República Checa, desde segunda-feira, tendo apresentado aos empresários checos o conjunto de oportunidades que existem em Angola, no contexto da diversificação da economia nacional, devendo passar por França e Alemanha.

Angola e República Checa pretendem reforçar a cooperação bilateral nas áreas de investimento, defesa, comércio e troca de visitas ao mais alto nível.

Actualmente, os dois países estão a negociar instrumentos jurídicos como o acordo sobre isenção de vistos para titulares de passaportes diplomáticos e de serviço, o memorando de entendimento sobre consultas políticas e o acordo de cooperação económica e industrial.

Angola e a República Checa estabeleceram relações político-diplomáticas e de cooperação a 1 de Janeiro de 1993. Em 2006, os dois estados assinaram um memorando de entendimento e um programa de cooperação para o desenvolvimento.HEM/AC





Notícias de Interesse

+