Aquisição de USD 300 milhões por parte de bancos marca noticiário económico

     Economia           
  • Luanda     Sábado, 17 Fevereiro De 2024    11h14  
Banco Nacional de Angola
Banco Nacional de Angola
Pedro Parente-ANGOP

Luanda – A aquisição, por parte de 19 bancos comerciais, de um montante de 300 milhões de dólares, disponibilizado para venda ao mercado pelo Tesouro Nacional, destacou-se no noticiário do Desk Económico da ANGOP, na semana que terminou hoje, sábado.

Segundo uma nota disponibilizada no site do Banco Nacional de Angola (BNA), sem citar os nomes, diz que o valor foi adquirido na totalidade pelos bancos comerciais na sessão de venda de divisas (na Plataforma Bloomberg) que teve lugar na quarta-feira,14, sendo que as operações em causa foram efectivadas à taxa de câmbio de USD/AOA(kwanzas) 828,261.

Dados do BNA apontam que Angola registou um aumento de mais de 200 milhões de dólares americanos na disponibilidade de moeda estrangeira, em Janeiro, saindo de USD 600 milhões/mês para 836 milhões de dólares.

Outra matéria de realce refere-se a notícia sobre a inflação em Angola, medida pelo Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), que registou uma variação de 2,49% de Dezembro de 2023 a Janeiro de 2024, com uma aceleração na variação actual de 1,66%, em termos homólogos (Janeiro 2023 a Janeiro 2024).

A Folha de Informação Rápida (FIR) do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) do Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que, comparando as variações mensais (Dezembro de 2023 a Janeiro de 2024), houve uma aceleração de 0,07%.

O INE sublinha que as províncias que registaram menor variação nos preços foram Moxico com 1,47%, Lunda Norte com 1,53% e Benguela com 1,58%, enquanto que as províncias que registaram maior variação nos preços foram Luanda com 3,40%, Huíla com 2,04% e Namibe com 1,99%.

Ressaltou-se também que o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) aprovou, até 31 de Dezembro de 2023, dois mil e 371 pedidos de crédito, correspondendo a mais de dezanove mil e 221 milhões de kwanzas.

Ao discursar na entrega de kits de mecanização agrícola a coopetativas da província de Benguela, a Presidente do Conselho de Administração do FADA, Felisbela Francisco, afirmou que, destes créditos, 1.914 já receberam financiamento.

Ao todo, foram já desembolsados pouco acima de 14 mil e 530 milhões de Kwanzas.

No mesmo diapasão, no Cuando Cubango o destaque recaiu para mais de seis mil milhões de Kwanzas investidos pelo Governo no apoio às pequenas, micros e médias empresas da província, de 2020 à presente data, com foco no desenvolvimento de projectos económicos.

O referido valor permitiu o financiamento de 358 projectos nas áreas da agricultura, agro-indústria, pecuária, pescas, entre outros serviços, através das diversas linhas de créditos disponíveis, nomeadamente o aviso 10 do Banco Nacional de Angola, o Alívio Económico, o Programa de Apoio ao Crédito (PAC) e o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA).

O Desk Económico mencionou igualmente que 47 mil milhões de kwanzas foi o custo das obras de modernização e reestruturação do Posto Fronteiriço do Luvo, município de Mbanza Kongo, província do Zaire.

Este projecto, sob tutela da Administração Geral Tributária (AGT), foi lançado na quinta-feira,15, pelo governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho.

O mesmo ocupará uma área de 21 hectares e será executado em 20 meses, pela construtora Mota-Engil-Angola.

A infra-estrutura contará com vários edifícios para acomodar diferentes organismos estatais, entre os quais, Polícia de Guarda Fronteiras de Angola (PGFA), Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) e AGT.

As declarações do secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, de que a participação de Angola na 11ª edição da Cimeira Mundial dos Governos, que decorreu no Dubai, Emirados Árabes Unidos, foi proveitosa, também mereceu desta que na semana.

A presença de Angola, no evento que teve como lema “Moldando os Governos do futuro”, segundo o responsável angolano foi positiva porque permitiu avaliar as ideias das instituições multilaterais na cimeira e as oportunidades de financiamento disponíveis.  

O secretário de Estado enfatizou a intervenção da presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que afirmou que o BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão – já representa 31,5% do PIB (Produto Interno Bruto) global.  

Numa outra matéria de destaque, a embaixadora de Angola na Itália, Fátima Jardim, manifestou, em Roma, o comprometimento do país em continuar a trabalhar com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), em busca de mudanças necessárias para eliminação da pobreza.

O FIDA, criado em 1977 para dar resposta à seca e episódios de fome que têm vindo a afectar África e a Ásia, ao longo do tempo, trabalha em regiões mais remotas de países em desenvolvimento e em situação de fragilidade, onde poucas instituições financeiras internacionais actuam.

Focou-se ainda na semana que a Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a Unidade de Informação Financeira (UIF) assinaram, em Luanda, um protocolo de cooperação que estabelece mecanismos e requisitos para  maior reforço da troca de informação financeira sobre o sector petrolífero no país.

Segundo uma nota da ANPG, enviada à ANGOP,  o protocolo vai fomentar as boas práticas e obediência aos  pressuposta legal em vigor em Angola para o combate ao branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de armas de destruição em massa.

O acordo visa ainda reforçar a cultura organizacional da concessionária nacional, dar importância à colaboração e ao alinhamento de entidades nacionais e internacionais, com vista a melhoria dos mecanismos de controlo e transparência no sector petrolífero.  

O Desk Económico destacou também as declarações do director do Gabinete Jurídico da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG),  Aldemiro Gonçalves, de que a taxa de penetração de seguro no mercado nacional está abaixo de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

O responsável, que falava à imprensa, à margem do seminário sobre “Seguros e Fundo de Pensões”, dirigido a deputados, considerou a cifra de seguro em Angola baixa, paradigma que poderá observar mudanças com as reformas em curso no sector.

“É um desafio. A reforma no sector vem para gerar resultados, facilitar as pessoas a participarem no mercado”, reforçou.

Doravante, disse,  a ARSEG quer garantir que se alguém tiver um seguro e, por ventura, acontecer um sinistro, a seguradora deve indemnizar, o mais breve possível, fazendo com que o cidadão angolano sinta que de facto o seguro existe”.HM/AC





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