ARSEG pretende tornar acessível seguro agrícola

     Economia           
  • Luanda     Terça, 05 Março De 2024    18h41  
Produção agrícola na Huíla
Produção agrícola na Huíla
Morais Silva - ANGOP

Luanda – A Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) projecta tornar mais acessível o pacote do seguro agrícola em Angola, para proteger os pequenos agricultores e empresas de danos às colheitas, causados pelas mudanças climáticas e outros choques.

Para a concretização dessa pretensão, a ARSEG deu início esta terça-feira, em Luanda um projecto de formação aos responsáveis das empresas seguradoras, associações agrícolas, entre outros técnicos, numa parceria com a Corporação Financeira Internacional (IFC, sigla inglesa).

Segundo administrador executivo, Jesus Teixeira, o seguro agrícola tem grandes probabilidades de sucesso e aceitação por parte dos agricultores, sendo que, para este primeiro ciclo de formação de âmbito nacional, prevê-se capacitar 70 técnicos de seguros e representantes de associações agrícolas.

“Pensamos que com essa formação, todos terão uma visão geral sobre os seguros de índices contra os riscos climáticos e a sua importância para o sector da agricultura”, reforçou.

Por sua vez, o representante da IFC, Chabir  Hassam, referiu que o projecto de formação baseia-se na experiência do ‘Global Index Insurance Facility’ (GIIF) desta instituição, que tem apoiado o crescimento dos mercados de seguros agrícolas/climáticos nos Camarões, Cote d’Ivoire, Moçambique, Nigéria, Madagáscar, Zimbabwe, Senegal, Zâmbia, entre outros países.

No âmbito da parceria, a IFC trabalhará com a ARSEG para ajudar as companhias de seguros a desenvolver um mercado de seguros agrícolas e produtos que satisfaçam as necessidades específicas dos agricultores angolanos, que contribuem significativamente para a economia do país.

O GIIF, um programa de multi-doadores gerido pelo Grupo do Banco Mundial, foi criado com objectivo de aumentar o acesso financeiro dos pequenos agricultores, micro-empresários e instituições de micro-finanças, abordando a escassez de soluções de seguros contra riscos climáticos e catastróficos nos países em desenvolvimento.

Para além da IFC, o projecto de formação em Angola é também apoiado pelo Ministério Federal Alemão para a Cooperação Económica e Desenvolvimento.

A ARSEG é o órgão especializado à regulação, supervisão e acompanhamento da actividade seguradora, resseguradora, fundos de pensões e mediação de seguro e resseguro em Angola.

Essa agência colabora nas matérias da sua competência com todas as autoridades nacionais, em especial com o Banco Nacional de Angola e Comissão de Mercado de Capitais, para assegurar a protecção dos direitos e obrigações de todas as partes intervenientes no sector, com vista a assegurar a eficácia da supervisão global do sistema financeiro, o equilíbrio das contas públicas e a prevenção de ocorrência de riscos sistémicos.

Por outro lado, a IFC, do grupo Banco Mundial, é a maior instituição de desenvolvimento global centrada no sector privado nos mercados emergentes. Trabalha em mais de 100 países, utilizando o capital, a perícia e influência para criar mercados e oportunidades nos países em desenvolvimento.

No ano fiscal de 2022, a IFC garantiu um montante record de 32,8 mil milhões de dólares para empresas privadas e instituições financeiras para os países em desenvolvimento, com vista a alavancar o poder do sector privado para acabar com a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade partilhada, à medida que as economias lutam com os impactos das crises globais agravantes. JAM/QCB



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