ARSEG regista 17% de crescimento no sector dos seguros em 2023  

     Economia           
  • Luanda     Sexta, 23 Fevereiro De 2024    15h40  
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Luanda – A produção de seguro directo em Angola registou uma taxa de crescimento de 17 por cento, nove pontos percentuais superiores a 2022, que resultou na emissão de prémios brutos cifrados em kz mais de 360 mil milhões, informou esta sexta-feira, o presidente do Conselho de Administração da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros, (ARSEG), Elmer Serrão.

Dentre os seguros que mais venderam nas 23 companhias que operam no país, no ano transacto, destaca-se os do ramos dos acidentes, doenças e viagens.

Conforme o presidente do Conselho de Administração, também contribuiu para o resultado o crescimento do seguro do Ramo Vida, que registou crescimento de 12 % contra os oito do ano anterior, sustentado pela taxa crescente de cedência de crédito à economia nacional (em 2023).

Falando na abertura do encontro dos operadores do mercado de seguros, a nível nacional, o gestor explicou que o seguro do Ramo Vida registou um crescimento em prémios de 89 % e os seguros de responsabilidade civil geral, com uma taxa de crescimento em torno de 49%.

No que respeita às indemnizações, Elmer Serrão avançou que as seguradoras, durante o ano de 2023, pagaram aos seus segurados, aproximadamente 149 mil milhões de kwanzas, representando uma taxa de sinistralidade de 41% contra os 33% do ano anterior.

Conforme o responsável, pela primeira vez, em cinco anos, a taxa de sinistralidade do mercado inverteu a sua tendência decrescente, situação fortemente influenciada pelo aumento da sinistralidade no ramo da petroquímica, onde se registou uma taxa de sinistralidade de 29%, contrário aos 2% registados no anterior.

Em Angola, apontou, operam 23 empresas de seguros, 33 de fundos de pensões e mais de dois mil mediadores de seguros, entre pessoas colectivas e singulares.

Sobre os desafios dos sector, o gestor apontou a continuidade da reforma regulatória, a materialização da emissão do regulamento sobre Governo Corporativo e a melhoria da contribuição dos 0.8 %, no Produto Interno Bruto (PIB).

Sobre o encontro técnico metodológico do sector, subordinado à temática do “compliance” (conformidade operacional), indicou que as seguradoras devem pautar pelo compromisso com a integridade, transparência e a responsabilidade, com vista a garantir os mais altos padrões éticos e legais.

“ A função de compliance deverá ser exercida por pessoal competente e qualificado, de forma independente e objectiva”, considerou o líder da entidade reguladora dos seguros de Angola.

Na ocasião, o presidente da Comissão Executiva (PCE) da Viva Seguros, Damien  Veerapatren, considerou o “compliance” como mecanismo fundamental para a sustentação da indústria dos seguros.

Por outro lado, o responsável adiantou que a sua instituição assegurou, nos últimos anos, 100 mil famílias agrícolas com objectivo de fomentar e incentivar a produção nacional, adaptando às necessidades das famílias e empresas do mercado angolano.

Segundo o gestor, os agricultores segurados estão distribuídos por seis províncias (Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Malanje e Bié) e 54 municípios do país.   

Por sua vez, o PCE da Sol Seguros, Rui Almeida, indicou que uma das grandes preocupações da observação do “complience” em Angola prende-se com a disponibilidade de quadros qualificados no mercado angolano.

Já o consultor e especialista internacional em fraudes e branqueamento de capitais, Weder Souza, em representação da Tis Tech, empresa angolana de soluções tecnológicas, considerou que a fraude é um dos principais problemas das seguradoras no mundo.

Para o especialista, actualmente existem ferramentas tecnológicas para combater a fraude e o branqueamento de capitais, a partir da recolha de dados, análise e detecção de anomalias, gestão de redes e de pesquisa avançada.

O evento denominado “Business And Breakfast" sobre "compliance” no sector dos seguros foi organizado pela revista angolana Economia & Mercado que, entre outros temas, abordou o impacto financeiro e reputacional do risco, fraude e branqueamento de capitais.

Dentre os objectivos, o evento visou criar um diálogo aprofundado sobre o alinhamento entre a conduta organizacional e a legislação aplicável, a conformidade com normas e leis no sector de seguros. OPF/AC



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