Revitalização da produção do café marca noticiário económico da semana

     Economia           
  • Luanda     Sábado, 09 Março De 2024    13h58  
Produção de café
Produção de café
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Luanda – O engajamento do Ministério da Agricultura e Florestas na revitalização e execução do programa da cultura do café em todo o país e a criação de um laboratório de biotecnologia para produtos cafeículas marcaram o noticiário de economia na semana que hoje, sábado, termina.

 

O ministro da Agricultura e Florestas, Francisco de Assis, ao intervir na quinta-feira, na 1ª Conferência Provincial do Café no Bengo, fez saber que as províncias como Malanje, Cuanza Sul, Bié, Huambo e Huíla estão a fazer grandes progressos neste sector, principalmente com o café arábica

Do ponto de vista institucional, apontou que o Instituto Nacional do Café de Angola (INCA)  está a implementar um conjunto de transformações para melhor apoiar os cafeicultores.

Ao referir-se a experiências partilhadas com alguns países produtores, considerou ser imperioso o redimensionamento das fazendas, para que as propriedades se possam desenvolver e partilhados os espaços com os trabalhadores que devem ser vistos como colaboradores e parceiros.

Ainda nesta senda, o governante revelou que Angola está a trabalhar para criar o primeiro laboratório de biotecnologia para o café.

Ressaltou que com a instalação do referido laboratório, com as suas valências técnicas e de capital humano, a cafeicultura em Angola dará um salto significativo.

Relançar a produção do café  e recuperar os níveis alcançados antes da independência (34 mil 600 toneladas/ano), na zona do Triângulo dos Dembos, na altura pertencente a vizinha província do Cuanza-Norte, constituiu o principal objectivo da 1ª Conferência Provincial do Café,  que se realizou em Caxito, Bengo. 

Dados históricos indicam que os municípios  do Nambuangongo, Bula Atumba, Pango Aluquém e Dembos (Kibaxe) que formam o triângulo dos Dembos,  principais áreas produtivas antes da independência.

A governadora provincial do Bengo, Maria Antónia Nelumba, disse que a revitalização da produção do café na província está assente no apoio institucional e financeiro bancário, na investigação  e nas facilidades de escoamento.

“Se olharmos para aquelas que são as directrizes do Governo Central no sentido da diversificação da economia e das fontes de receitas cambiais, temos aqui uma vasta auto-estrada de oportunidades de fazermos a diferença”, referiu.

Ainda sobre o café, o Instituto Nacional do Café (INCA) quer colaborar com algumas universidades do país para obter mais conhecimentos  sobre a cultura deste produto em Angola. 

Para tal, foi já assinado um memorando de entendimento entre a instituição e várias universidades (sem citar nomes) com o objectivo de promover não só o consumo do café, mas também matérias relacionadas com a produção, informou hoje, em Caxito, província do Bengo, o director-geral do INCA, Vasco Gonçalves. 

O responsável, que dissertava sobre “Estado actual da cultura do café em Angola, oportunidades e perspectiva”, referiu que o café robusta, produzido nas províncias do Bengo, Uíge, Cuanza Norte e Zaire e Cuanza Sul, Cabinda representa 90 por cento da produção nacional. 

Na semana finda, destacou-se também que o Executivo angolano vai continuar a apoiar os produtores nacionais, com vista o aumento da oferta de bens, essencialmente, alimentares para contribuir na estabilidade de preços na economia do país. 

Em declarações à imprensa, no final de uma visita às empresas pesqueiras Rukka e Atlântico Foods, situadas no município de Viana (Luanda), o ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano, reconheceu a existência de um enorme potencial no tecido empresarial angolano para diversificar a economia nacional, sem necessariamente criar novos segmentos de negócios, dando robustez às empresas que já operam em Angola.

Realçou-se igualmente no noticiário económico que a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) foi admitida, este mês, como membro do Pacto Global das Nações Unidas, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.

O Pacto Global tem como objectivo alinhar as estratégias das empresas aos 10 princípios universais e aos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Com a admissão da BODIVA, Angola conta com 24 empresas nessa plataforma, que actualmente junta mais de 24 mil e 500 empresas de diversos sectores, de 167 países, bem como centenas de ONG, sindicatos, entidades oficiais e agências da ONU.

Entre os princípios, o pacto obriga as empresas a apoiarem e respeitarem a protecção dos direitos humanos, defender a liberdade de associação e o reconhecimento efectivo do direito à negociação colectiva, bolição efectiva do trabalho infantil, empreender iniciativas para promover uma maior responsabilidade ambiental e actuar contra a corrupção, incluindo a extorsão e o suborno. 

Ressaltou-se ainda no noticiário económico da semana, a visita do  Presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, na  terça-feira, em Luanda, ao Centro dos Serviços Logísticos Integrados da Sonangol (Sonils), onde se inteirou do funcionamento desta infra-estrutura, que apoia em 65 por cento do global da produção petrolífera de Angola.

Nesta visita, o Chefe de Estado namibiano, para além de conhecer a importância dessa infraestrutura para a indústria petrolífera, ficou a saber que na base Sonils operaram 151 companhias, das quais 40% nacionais, que movimentam mais de três mil trabalhadores diariamente.

Em breves declarações à imprensa, o Presidente da Namíbia expressou que Angola tem uma vasta experiência no sector petrolífero e que o conhecimento científico “know-how” da Sonils deverá contribuir, não só para a indústria petrolífera angolana, mas também para outros países africanos.

Por sua vez, o secretário de Estado para Petróleo e Gás, José Barroso, indicou que  em 2022 a Sonangol, por Angola, e a Namcor Namport, pela Namíbia, assinaram um memorando de entendimento que visa estabelecer uma base logística, semelhante à Sonils na República da Namíbia.

No quadro da visita do Presidente namibiano a Angola, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) abordou a cooperação com homólogo da Namíbia.

O  governador do BNA, Manuel Tiago Dias, disse existir várias iniciativas de Angola e da Namíbia para que os cidadãos dos dois países possam, com maior facilidade, usar os sistemas de pagamento nas transacções comerciais.

Manuel Tiago Dias teceu tais considerações à imprensa, no final de um encontro de trabalho com o governador do Banco da Namíbia (BoN), Joahannes Gawaxab, que abordou a cooperação entre as duas instituições, no quadro da operacionalização do Memorando de Entendimento assinado entre os dois bancos centrais, em 2023.

De acordo com o governador do BNA, até ao momento foram feitos trabalhos técnicos apreciados a nível das administrações dos bancos centrais, em que foi orientado o aprofundamento dos mesmos, uma vez que se deve encontrar equilíbrios e ter-se em consideração os interesses de ambas as partes.

Por sua vez, o governador do Banco da Namíbia (BoN) destacou a importância do referido do protocolo, sublinhando que os ganhos não têm a ver somente com os bancos centrais, mas também para os empresários, porquanto “a componente que se está a trabalhar é sobre o comércio e de se encontrar mecanismos para facilitar e promover a referida actividade”.

Anunciou-se na semana que o  Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE) vai privatizar, ainda este ano, três empreendimentos afectos à CIF, com vista a torná-los mais rentáveis para a economia nacional e diminuir encargos ao Governo.

Para o efeito, dentro de 30 dias (até meados de Abril), esta entidade vai lançar um concurso público para empresas privadas, com capacidade financeira, técnica e tecnológica para a gestão dessas unidades, e com recursos humanos qualificados.

De acordo com o chefe do Departamento de Privatizações do IGAPE, Hortêncio Sanumbutue, dentre as unidades a alienar constam a cervejeira Bela, uma cimenteira e centro logístico, bem como a fábrica de automóveis de marca Zenza.

Ressaltou-se igualmente que o Governo angolano prevê financiar, em quatro anos (2024-2027), investimentos públicos e privados de mais de 2,489 biliões de kwanzas para executar o Plano Nacional do Turismo (PLANATUR).

Do total de créditos a serem disponibilizados, mais de 276,89 mil milhões são de projectos sob gestão directa do Ministério da Cultura e Turismo, segundo o director-geral do Instituto Nacional de Fomento do Turismo (INFORTUR), Afonso Vita.

O responsável recordou que o PLANATUR define os princípios orientadores para o investimento público no sector, visando aumentar a quantidade dos investimentos públicos e atrair os investimentos privados para atingir os objectivos das políticas públicas.

Mencionou-se igualmente no noticiário económico da semana que a petrolífera angolana Etu Energias prevê, no médio prazo, atender 25 por cento da necessidade de consumo de lubrificantes no país, com a instalação de uma unidade fabril com capacidade para produzir mais de 12 mil toneladas métricas de refinados por ano, em Angola.

A iniciativa, que resulta da parceria entre a Etu Energias e a empresa da Malásia ‘Glide Tecnology', visa reduzir os níveis de importação de derivados de petróleo no país, que consome cerca de 40 mil toneladas métricas desses refinados/ano, segundo o presidente do Conselho de Administração da petrolífera angolana, Edson dos Santos.

O gestor, que falava à imprensa, durante o acto de lançamento de uma linha de lubrificantes produzidos na Malásia, afirmou que a instalação da fábrica no país vai contribuir para a disponibilização de produtos inovadores e com qualidade, bem como dinamizar cada vez mais o mercado nacional. AC





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