Aumento da produção de cereais vai contribuir para auto-suficiência e segurança alimentar

     Economia           
  • Benguela     Sábado, 28 Maio De 2022    17h46  
Produção de Cereais
Produção de Cereais
Domingos Nicolau

Lobito - O aumento da produção de cereais é a solução para a auto-suficiência e segurança alimentar no país, devido ao seu impacto na dieta dos angolanos, defendeu este sábado, em Benguela, o representante da Associação Agro-pecuária de Angola (APPA), Vanderley Ribeiro,

Falando à ANGOP este sábado, à margem da Conferência sobre auto-suficiência alimentar em Angola e a visão para exportação, realizada na 11ª edição da Feira Internacional de Benguela (FIB), Vanderley Ribeiro afirmou que o país precisa de ter eficiência no sistema de produção e estar preparado para a concorrência externa.

“É necessário saber onde temos limitações, seja no capital humano, nas políticas de desenvolvimento para o sector ou nos mecanismos de financiamento”, sugeriu.

Segundo ele, a produção de milho tem estado a dar passos expressivos devido ao investimento das empresas em tecnologia avançada.

Já a produção de arroz, um dos alimentos mais importantes na sexta básica dos angolanos, ainda está muito baixa, andando à volta dos cinco a seis por cento e “obrigando o  país a gastar centenas de milhões de dólares em cada ano”, segundo o representante da APPA.

Apontou como um dos desafios, a implementação de algumas unidades de descasque para os pequenos produtores nas províncias de Malanje e Bié, que são zonas com elevado potencial de produção.

Alertou, por outro lado, sobre os riscos de importação do arroz em períodos de alta da produção interna, pois, devido aos factores de produção, será sempre mais alto do que o importado.

“Estamos a concorrer com outros países que já produzem a décadas ou mesmo a centenas de anos e já atingiram um nível de maturidade e eficiência muito alto”, disse.

Para a reflexão sobre os produtos prioritários para o país atingir a auto-suficiência, garantir a segurança alimentar e olhar para as oportunidades de exportação, foram seleccionados o milho, a soja, o  arroz, massango, massambala e o trigo.

Por outro lado, o presidente da Câmara de Comércio Reino Unido-Angola, Chris Masters, apontou aquele país europeu como um dos destinos das exportações de produtos de valor acrescentado como são as frutas tropicais, nomeadamente a banana, ananás, o abacate, mamão, manga, limão, entre outros.

“O desafio para atingir a auto-suficiência alimentar é muito grande, mas existem todas as condições para os superar”, afirmou.

Destacou os  fertilizantes, como elemento fundamental para poder colher boas safras.

Por sua vez, Ana Pinto, directora da Autentic Pint, empresa de certificação, disse que o seu foco é certificar empresas angolanas para poder exportar os seus produtos.

“Somos representantes da SGS Angola, com 57 laboratórios em vários países do mundo e já certificamos 30 empresas líderes no mercado angolano para ajudá-las a preparar-se para estarem presentes no mercado internacional", frisou.

O evento foi promovido pela Câmara de Comércio Reino Unido- Angola, a APPA e a Câmara de Comércio Angola-Holanda, com o apoio do Portal do Agronegócio Angolano.





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