Autoridades de Benguela já trabalham no combate à praga de gafanhotos

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  • Benguela     Quarta, 12 Maio De 2021    16h37  
Combate a praga de gafanhotos no Cunene
Combate a praga de gafanhotos no Cunene
Angop/Cunene

Benguela – A praga de gafanhotos, que afecta três regiões agrícolas da província de Benguela, está a ser combatida, há uma semana, apurou hoje a ANGOP, de fonte do gabinete da Agricultura e Pescas.

Segundo o seu director provincial, José Gomes, o fenómeno foi identificado na região do Cuio e Dombe Grande (município da Baía Farta) e no vale do Cavaco, cintura verde da cidade de Benguela.

O responsável, que não descreveu as extensões das duas últimas áreas, informou que na região do Cuio foi afectada uma área de mil e 500 hectares de terra cultivável e de pasto. 

José Gomes disse que o trabalho, dirigido por uma comissão multissectorial, começou de modo manual, envolvendo os próprios agricultores, de modo a se evitar o alastramento do fenómeno para outras regiões.

“Foram distribuídos meios, cedidos pelo governo da província, nomeadamente insecticidas, pulverizadores e atomizadores, aos agricultores que, inicialmente, participaram da campanha por via de algumas brigadas, de modo a mitigar a praga”, enfatizou.

Devido as extensões afectadas, adiantou, não se revela praticável que a campanha seja feita apenas com a participação dos agricultores, daí que estão já preparados meios aéreos na base do Lobito, que brevemente vão entrar em acção, tendo em conta que a logística já está preparada, devendo começar-se pelo vale do Cavaco.

Para o responsável, a praga encontra-se na sua segunda fase de evolução (das três possíveis), ou seja, a chamada “fase de ninfa”, aquela em que o insecto ainda não tem asas crescidas, podendo apenas deslocar-se por terra.

Explicou que a primeira fase consiste na produção de ovos (em terra), a segunda, a ninfa, enquanto a terceira, aquela em que as asas já permitem voar, podendo o gafanhoto deslocar-se até 150 quilómetros/dia.

Quanto a origem dos gafanhotos, José Gomes afirmou que, ao certo, não se sabe. Há várias possibilidades. “Pode ocorrer que uma nuvem de gafanhotos sobrevoou a região de Benguela, sem que se tenha dado conta”, avançou.

Por outro, está cientificamente provado que os ovos do gafanhoto são postos na terra, onde escava um determinado local, podendo permanecer entre 25 a 30 anos, aguardando pelas condições de humidade necessárias para sua eclosão.

Apelou, no entanto, aos moradores do vale do Cavaco para que, tão logo comece a pulverização aérea, mantenham-se dentro das residências, com portas e janelas fechadas, de modo a evitar que as nuvens de insecticidas penetrem para o interior das moradias.

Acrescentou que, pelo facto dos voos serem rasantes, a Força Aérea Angolana recomenda que os pais e encarregados devem cuidar das crianças e manté-las em casa, a fim de evitar correrias desnecessárias, porque os menores poderão confundir a operação com simples de acrobacias.

Após o processo de pulverização, afirmou, a produção agrícola do local tratado deverá passar por um período de até 20 dias sem ser consumido, findo os quais já não representará qualquer perigo.

“A comissão criada vai trabalhar, antes, com megafones para alertar as pessoas sobre as medidas a tomar”, afirmou.

Esta é a segunda praga de gafanhotos que se regista na região, depois de uma outra ocorrida em época não precisada.

Concluiu que o processo de pulverização com insecticidas não representa qualquer perigo para os solos, até porque tem sido feito algum combate à Tuta Lagarta, também com insecticidas.





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