Luanda - A secretária de Estado do Orçamento e Investimento Público, Juciene de Sousa, defendeu esta quinta-feira que os bancos podem oferecer soluções financeiras para incentivar a adopção de práticas sustentáveis pelas empresas.
A título de exemplo, Juciene de Sousa aponta empréstimos com juros mais baixos para projectos de energia renováveis, ou incentivar a emissão de títulos verdes/azuis capazes de financiar acções com eficiência energética e ambiental.
Juciene de Sousa que falava na abertura do fórum “ Angola Baking Conference- A Banca e os Desafios ESG”, uma inicitiva da regista Economia e Mercado, admitiu que os bancos, pelo seu impacto na economia, exercem um papel crucial na preocupacao por mundo mais sustentável.
Olhando para os critérios do Environmental, Social and Governance (ESG sigla inglesa), refere o que o mesmo náo pode ser visto apenas como uma questão de reputação ou cumprimento das normas, mas requerem dos bancos capacidade humana e tecnologica para o desenvolverem soluções financeiras inovadoras que promovam a sustabilidade.
Como catalizadores das praticas de ESG, acrescentou, o papel dos bancos está directamente relacionado com a sua participação efectiva na economia, enquanto fontes de financiamento para empresa, governo e organizações sem fins lucrativos.
Admitindo o caminho longo a ser percorrido, neste ponto de vista, Juciene de Sousa perspectiva a participação crescente dos bancos angolanos a cedencia de credito à economia real, considerando que este é o momento “chave” para que acrescentem à necessidade da robustez do seus balanços a capacidade humana e tecnologica para porem em prática os critérios do ESG.
A nível do Executivo, disse que a 23 de Fevereiro deste ano, 2023, Angola começou a trilhar passos importantes no marco das finanças públicas, com a discussão e aprovação do documento que alinha as estratégias de endividamento com as políticas sociais e ambientais do país.
Para si, o estabelecimento pela ONU dos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável veio encorajar, ainda mais, a aplicacão dos critérios ESG, que muitas empresas já tinham adoptado, entre os quais investidores internacionais, para quem a sua participação nos negócios depende de boas práticas ambientais, sociais e de governação das empresas.
A primeira Angola Banking Conference reuniu especialistas nacionais do sector bancário que analisaram a aplicação dos desafios do ESG na banca.
O evento, que teve como foco análise da banca angolana e como pode criar-se atalhos e agilizar a implementação dos princípios ESG, reuniu várias figuras, entre os quais representantes do Millennium BCP (Portugal), da FS Risk e Regulation Advisory, da ESG Risk Solutions da PwC, e CEO de bancos comerciais angolanos.
Estes, além dos desafios do ESG, discutiram questões técnicas ligadas à gestao de riscos, de longo prazo, avaliação de estratégias que visam o financiamento de projectos que garantem menos externalidades negativas ao ambiente e à sociedade.NE/AC