Banca deve investir no mercado Petrolífero - economista 

     Economia           
  • Luanda     Sábado, 27 Março De 2021    18h22  
Economia
Economia
Domingos Cardoso

Luanda - O sector bancario deve investir no processo de licitações de blocos petrolíferos, como forma de se elevar o capital disponível na economia nacional, independentemente do momento turbulento que a Banca vive, a nivel mundial, sugere o economista angolano, Precioso Domingos.

Falando por ocasião do " Primeiro Fórum Banca Oile Gás", o analista notou que se pode aos poucos abraçar este novo desafio de investir no mercado Petrolífero de forma a permitir que o capital investido nao seja levado para os outros países, mas que se configure como um retorno para Angola.

No mesmo ambito, o director executivo da PetroAngola, Patrício Quingongo, afirmou que, nos últimos cinco anos, uma média de 40 mil milhões de dólares foram transaccionados pela indústria petrolífera angolana.

Porém, referiu, 70 por cento desse valor (28 mil milhões) movimenta-se no circuito internacional, excluindo qualquer ganho para os bancos angolanos. 

O responsável disse que a prestação de serviços à indústria petrolífera angolana representa um fluxo de caixa anual de 10 mil milhões de dólares, com 10 por cento desse valor (mil milhões) a beneficiar as empresas locais, de acordo com o relatório dos consultores da PetroAngola relativos a 2020.

Por este e outros motivos, considera oportuno os bancos angolanos abandonarem as operações tradicionais de domicílio de salário e compra de divisas, pois há mais mercado, produtos e serviços por explorar, tendo como veículo a indústria do petróleo e do gás.

“A banca pode multiplicar quatro vezes mais os actuais ganhos, caso aproveite o potencial que representa a Indústria”, objectivou o gestor, em entrevista à ANGOP, sexta-feira, à margem do referido fórum. 

Citou países como a Nigéria e Brasil, entre os que adoptaram posições de referência e apostaram na presença das suas empresas na prestação de serviços, experiências que Angola pode seguir, a julgar pelo facto de o petróleo representar mais de 90 por cento das exportações do país.

Patrício Quingongo destacou as participações da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e da Sonangol como sendo uma "boa oportunidade” para discutirem sobre a constituição de um Fundo Petrolífero. 

"O Fundo Petrolífero de Timor Leste é de 20 milhões de dólares, o da Noruega mais de 150 mil milhões e o da Nigéria está na ordem dos 20 mil milhões”, disse, para justificar que Angola deve lançar tal premissa e afastar o Fundo Soberano dessa missão. 

A falta do Fundo gera desinvestimento e, isso, expressou o director executivo da PetroAngola, vê-se na perda média de dois milhões de dólares por dia motivada por baixa produção, queda nos preços e reduzida procura. 

A tudo isso junta-se uma reserva actual estimada em não mais de cinco mil milhões de dólares, só superável com mais investimentos em futuras descobertas, um caminho que o país começou e deve prosseguir.

O fórum Banca Oil & Gas visou procurar encontrar as experiências e soluções possíveis para elevar a obtenção de benefícios pelas empresas nacionais que operam na indústria petrolífera angolana e mobilizar investimentos capazes de impulsionar a participação de conteúdo local no negócio. 

 



Tags



+