Luanda - O programa de privatização do Banco de Comércio e Indústria (BCI), previsto para este ano, com passos positivos, não contempla qualquer despedimento de colaboradores, de acordo com garantias da presidente do Conselho de Administração, Zenaida Gertrudes dos Santos Zumbi.
No quadro do Plano Estrategico 2020/2024, o banco que beneficiou de uma “injecção” de 30 mil milhões de Kwanzas, do Governo (o principal accionista), através da emissão especial de obrigações do Tesouro, vai a privatização ainda este ano, por via de leilão em bolsa.
O aumento de capital do BCI foi fruto da implementação das normas prudenciais, fecho de contas de 2020, a execução do IFRS9 (Normas internacionais de relatórios financeiros), registos das imparidades do crédito, dos resultados negativos e o racio de solvabilidade abaixo do limite regulamentar negativo, de 8%.
Até Setembro de 2020, o racio de solvabilidade foi de 9% , muito proximo do limite instituído pelo Regulador, o Banco National de Angola, contra os 10% de 2019.
Referiu que com este montante, inserido no Plano Estratégico do banco 2020/2024, o BCI conseguiu alavancar os seus negócios, tendo atingido resultados líquidos positivos, que ascendem os oito mil milhões de kwanzas, até Setembro de 2020, isto é, antes do fecho das contas do exercício econômico.
Durante a Grande Entrevista à Televisão Publica de Angola (TPA), na terça-feira, Zenaida Zumbi, que dirige a instituição desde Novembro de 2019, diz terem recuperado 12 mil milhões de kwanzas de credito malparado, de um total de mil milhões anunciados em finais de 2019.
A entrega dos colaboradores a nível dos balcões permitiu a activação de 40% dos seus clientes que já não tinham uma relação directa com o banco.
Do total dos clientes do BCI, 60% tinha as suas contas inactivas, tendo sido o banco, de 2020 à presente data, obrigado a contactar directamente os clientes, na ordem dos 40%. “O nosso capital humano está adequado, está optimizado, para efectivamente cumprimos a missão”, garantiu.
Segundo a responsável, o Banco de Comércio e Indústria tem o número de colaboradores necessários para a implementação do seu plano, que inclui o seu saneamento, rentabilidade e privatizacao.
Focada no processo de privatização desta instituição financeira bancária pública, a “Chairwoman” do BCI diz que colocar o banco a concorrer no Top 10 no mercado angolano, após a sua alienação, constitui um dos objectivos.
Crédito à economia real
No quadro do Aviso Nrº.10/2020, de 03 de Abril do Banco Nacional de Angola (BNA), o BCI financiou a economia real, com a aprovacao de créditos no valor de dois mil milhões de kwanzas, estando a analisar 15 outros projectos.
Os sectores da Indústria, Pescas e Agricultura são os que mais tem beneficiado de empréstimos e do BCI, no âmbito do PRODESI e outros vários programas associados, apurou a ANGOP .
Com o novo quadro do modelo de gestão e concessão de crédito, a PCA do banco diz que tem criadas as condições e melhorado os procedimentos, para reduzir os prazos na análise dos projectos e a aprovação destes, de forma colegial, pelo Comite de Crédito, desde que reúnam os requisitos exigidos.
Projectos em implementação nas províncias, do Namibe, Moxico e Bengo continuam a merecer a atenção do Banco, quando são planificadas outras acções para estender o apoio a todas as 18 províncias do país.
A petrolífera estatal, Sonangol, a empresa de comercialização de diamantes (Endiama), a seguradora ENSA, os transportes coletivos de Luanda (TCUL), o Porto de Luanda, a transportadora aérea TAAG e a Angola Telecom, “alimentam” o BCI em termos de acções.
