Benguela ganha fábrica misturadora de fertilizantes

     Economia           
  • Benguela     Quinta, 18 Novembro De 2021    18h27  

Benguela – Uma nova fábrica misturadora de fertilizantes, com potencial para produzir 240 mil toneladas/ano, está já em funcionamento no município do Lobito, província de Benguela, para atender os produtores agrícolas em todo o país, apurou a Angop.

Resultado de um investimento de um milhão e 200 mil dólares, numa parceria entre a empresa angolana ANGATA e a sua congénere DAGRO, das Ilhas Maurícias, a unidade fabril está implantada numa área de nove mil e 113 metros quadrados, no complexo industrial do Bairro da Luz, à entrada da cidade do Lobito.

A funcionar em regime experimental há um mês, com 22 postos de trabalho, dos 50 previstos, a fábrica misturadora de fertilizantes deve ser inaugurada esta sexta-feira, 19, pelo ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, na presença do governador provincial de Benguela, Luís Nunes.

Em declarações hoje à Angop, o sócio-gerente e director administrativo da firma, Domingos David, adiantou que do montante investido na construção da fábrica, 400 mil dólares foram aplicados na aquisição e instalação da maquinaria para o início sustentável das operações.

Diariamente, estão a ser processadas 500 toneladas de fertilizantes, se bem que, a funcionar em pleno, a unidade possa elevar a capacidade de produção para 22 mil toneladas/mês, o equivalente a 240 mil toneladas ao ano, com o objectivo de atender à demanda da produção nacional.

Ainda assim, Domingos David prefere cautela e diz que o aumento da capacidade de produção estará sempre dependente da procura, acrescentando que o Lobito é que nem uma “placa giratória”, pois tem infra-estruturas logísticas e de transportes para tal.

É nesse contexto que a fonte aponta o mercado interno como prioridade na distribuição de fertilizantes, principalmente na região Norte, Sul e Centro do país, com destaque para as províncias de Malanje, Cuanza Sul e Huambo.

Também referiu que a matéria-prima, nomeadamente produtos químicos, como fosfato, azoto, ureia, sulfato de amónio, potássio e micro-nutrientes são importados de vários países, como Bielorrússia, Marrocos e China.

De importador a produtor  

Pese embora o foco inicial fosse a importação e distribuição de insumos e equipamentos agrícolas, incluindo produtos químicos da indústria metalúrgica, este sócio-gerente vê no crescimento da empresa e no aumento da demanda da parte dos produtores, a razão “imperiosa” da aposta na indústria de fertilizantes.

Nesta nova fase, como assume, a ANGATA está em condições de produzir vários tipos de adubos NPK, entre os quais o “12-24-12”, visando atender à grande procura por adubos específicos adaptados às características dos solos e das culturas a desenvolver, seja milho ou feijão.

Para ele, a exigência dos produtores que procuravam por adubos específicos era tal, que a aposta na montagem de uma misturadora foi inevitável, até porque esses produtos, embora importantes para correcção de solos após análises, são escassos no mercado nacional.

Relativamente ao preço de um saco de 50 quilogramas de adubo composto NPK “12-24-12”, adiantou que ronda os 24 mil kwanzas de momento, valores que podem variar de acordo com a quantidade de elementos químicos, como o fósforo ou potássio

“Quanto menor a qualidade na composição dos macro-nutrientes, menor o preço. E quanto maior for, por exemplo, o fósforo, que é o componente mais caro no NPK 12-24-12, maior o custo”, esclareceu.

Com a implantação desta nova fábrica de fertilizantes, conforme frisa o empresário, tanto os produtores agrícolas do sector empresarial, como familiar serão beneficiados do país, uma vez que terão acesso a um produto de qualidade para aumentar a produção no campo.  





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