Malanje- O bispo da Igreja Metodista Unida do Leste de Angola, José Kipungo, destacou hoje que o corte gradual da subvenção aos combustíveis vai reforçar a intervenção do Executivo na melhoria do padrão de vida das famílias mais vulneráveis.
Para o religioso, a medida vem ainda trazer mais “fôlego” financeiro ao governo, o que permitirá aumentar os investimentos na construção de estradas, escolas, hospitais e outros equipamentos sociais, para além da dinamização de projectos que concorrem para a promoção da justiça social.
Em entrevista à ANGOP, a propósito do impacto da eliminação gradual da subvenção aos combustíveis, José Kipungo considerou a medida acertada, justificando que o actual contexto de escassez de recursos exige a supressão do subsídio para melhorar a despesa com o sector social.
Por outro lado, o prelado chamou atenção aos operadores que continuam a beneficiar de subvenção da gasolina, com realce para os taxistas e mototaxistas, no sentido de evitarem especular preços da corrida e outras práticas fraudulentas.
Defendeu igualmente a contínua sensibilização da população, de modo a estar cada vez mais informada sobre a referida política económica.
Por sua vez, o economista Francisco Tavares mostrou-se também a favor da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, porquanto limitava os gastos com infra-estruturas sociais.
Lembrou que o Estado subvencionava os combustíveis inclusive para actividades não produtivas e deslocadas à garantia do bem-estar comum.
Reiterou a permanente sensibilização dos cidadãos sobre o processo como sendo a melhor forma de combater à desinformação e evitar a especulação de preços.
A medida de eliminação gradual da subvenção aos combustíveis incide inicialmente sobre o preço da gasolina, que passou a custar 300 kwanzas, contra os anteriores 160.
Porém, mantém-se os subsídios à gasolina para os taxistas, moto-taxista e outros operadores do sector agrícola e pesqueiro, devidamente cadastrados e licenciados.
Estima-se que o Estado angolano desembolsou, de 2020 a 2022, cerca de três bilhões 73 mil milhões de kwanzas para suportar as despesas com a subvenção aos combustíveis. ACC/PBC