Cuito – O fomento da actividade agrícola para combater a fome no seio das famílias, deve merecer atenção especial do Governo angolano no próximo ano, defendeu terça-feira, no Cuito, o bispo da diocese local, Dom José Nambi.
Em declarações exclusivas à ANGOP, para abordar as dificuldades das famílias, sobretudo nessa época natalícia, o prelado realçou que essa medida visa, sobretudo, reduzir as importações de alimentos e consequentemente garantir reservas alimentares para as famílias.
“Esta acção vai, de certa forma, contribuir na diversificação de culturas produzidas nas distintas regiões do país e assim formar uma cadeia produtiva forte em Angola”, disse.
Dom José Nambi, a par dos programas gigantescos do Governo, defende igualmente maior atenção em pequenos projectos, que vão de acordo com a realidade de cada produtor, com vista assegurar a sustentabilidade de todos.
Apelou à facilitação no acesso aos fertilizantes, que neste momento estão com preços altos, para uma agricultura familiar que se pretende.
Com um milhão 455 mil e 255 habitantes, a província do Bié tem mil e 321 associações de camponeses e perto de 850 escolas de campo, das mil e 360 previstas até 2021.
Na presente época agrícola foram preparados 600 mil hectares de terra, 20 mil a mais que no período anterior.
Natal atípico
O bispo pediu às famílias a abrirem-se aos problemas dos mais necessitados, a julgar pela maneira diferente como as pessoas vão viver o natal, sem a presença massiva de familiares e amigos.
Segundo disse, face à pobreza que afecta muita gente, é necessário que as famílias cultivem cada vez mais o espírito de partilha, estando sensíveis aos problemas das pessoas que mais sofrem nas comunidades.
Covid-19 - Medidas devem ser reforçadas
Dom José Nambi solicitou aos cidadãos mais rigor e obediência no cumprimento das medidas de biossegurança, para evitar a propagação da covid-19.
Apesar de se incidir mais na capital do país, o bispo é de opinião que a testagem dos cidadãos poderia ser mais abrangente, para se combater melhor o coronavirus.
Manifestou alegria pelos primeiros sinais da descoberta da vacina produzida pelo “BioNTech e Pfizer”, de origem belga, com chegada a Angola prevista para Abril de 2021.
Tão logo chega ao país, o religioso entende que devam ser privilegiadas pessoas de risco, com particularidade aos idosos.
Além desta vacina da Pfizer e BioNTech, a Comissão Europeia já tem uma carteira com seis outros potenciais vacinas, desenvolvidas pela AstraZeneca, Sanofi-GSK, Johnson & Johnson, CureVac e Moderna, devendo então esta última ser a próxima a receber ‘luz verde’ da Agência Europeia de Medicina.
Até ao momento a província do Bié tem 48 casos positivos da covid-19. No geral, até segunda-feira última, Angola contabilizava 16 mil e 686 casos positivos, 390 óbitos, nove mil e 695 recuperados e seis mil e 601 activos.
