Luanda - O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, afirmou, nesta terça-feira, que o país está sem registo de casos de atrasados cambiais, fruto da estabilidade “relativa” do mercado financeiro.
José de Lima Massano, que respondeu algumas preocupações apresentadas por deputados durante a discussão e votação, na generalidade, do Orçamento Geral 2021, avançou não existir registo de empresas com dificuldades de repatriamento de capitais, de ganhos destas, no país.
“O mecanismo da taxa de câmbio funciona protegendo a economia”, assegurou o governador, sustentando que o exercício tem permitido para que a economia se torne mais competitiva, com destaque para a importação de bens alimentares com queda trimestrais relevantes.
Actualmente, o país regista reduções nos níveis de importação de bens alimentares na ordem dos 160 milhões de dólares/mês contra os 250 milhões de dólares anotados no início deste programa de reformas do sistema cambial.
Essa redução, para José de Lima Massano, está a abrir espaço para a produção nacional, em curso, cujo aumento de bens alimentares poderá contribuir para a redução da taxa de inflação.
Desta feita, o governante garante que a instituição vai continuar a efectuar o seu trabalho na protecção da moeda nacional, das reservas internacionais brutas, estimadas, até 16 do mês em curso, em 14,6 milhões de dólares, com 11 meses de cobertura de importação.
Devido à pandemia da Covid-19, no segundo trimestre deste ano, o mercado cambial sofreu duplo choque, com a queda do preço do barril de petróleo de USD 48,50 para 27,2 dólares, e a redução de cinco milhões de barris de petróleo a nível da produção.
Neste mesmo período, foi registado também uma queda de 64% nas receitas do sector dos diamantes e outros produtos exportáveis na ordem dos 7%.
A balança de pagamentos reviu-se, igualmente, em queda, tendo registado inversão do superávit que o país vinha registando desde 2018, altura em que o Executivo começou o programa de reformas macroeconómicos.
A conta corrente chegou a registar, no período em referência, défice na ordem dos 10% do PIB.
O Orçamento Geral de Estado (OGE) 2020 foi adverso com impacto sobre a moeda nacional, que registou uma queda até 30% face ao dólar norte-americano.