Camionistas com destino a Cabinda queixam-se do mau estado do troço Mpala/Nóqui

     Economia           
  • Zaire     Quinta, 28 Dezembro De 2023    20h04  
Estrada Mbanza Kongo - Nóqui
Estrada Mbanza Kongo - Nóqui
Emerson Hossi- ANGOP

Mbanza Kongo – A degradação de cerca de 35 quilómetros do troço rodoviário entre a comuna do Mpala e a sede municipal do Nóqui, na província do Zaire, está a preocupar os camionistas que fazem o percurso Mbanza Kongo/Nóqui/Cabinda, passando pela República Democrática do Congo.

A situação, segundo afirmaram alguns camionistas ouvidos quarta-feira pela ANGOP, agudizou-se com as intensas chuvas que se abatem na região, dilatando de três para quatro ou cinco dias o tempo de viagem neste itinerário de 165 quilómetros.

Os automobilistas que cruzam a fronteira com a RDC para levar os produtos de cesta básica e não só para a província mais a norte do país pedem trabalhos paliativos nesta via alternativa para minimizar o sofrimento.

Refira-se que, a Estrada Nacional (EN-120), que liga Mbanza Kongo/Nóqui beneficia desde 2020 de trabalhos de reabilitação com a aplicação de tapete asfáltico.

Para não interromper o trânsito nesta estrada que dá acesso à fronteira e enquanto decorrem as obras, as empresas contratadas abriram vias alternativas para facilitar a circulação de automóveis.

Para o camionista Matias Almeida, que há sete anos circula no referido troço, as dificuldades aumentaram devido às fortes chuvas que quase todos os dias caem sobre a região.

“Só fazíamos três dias de Mbanza Kongo ao Nóqui. Hoje, estamos a fazer quatro a cinco dias, porque o subtroço Mpala/Nóqui está péssimo”, referiu.

Por sua vez, António Manuel, camionista com destino à província de Cabinda, reconheceu os esforços do Executivo na recuperação das vias rodoviárias e pede celeridade na conclusão dos trabalhos no troço Mbanza Kongo/Nóqui.

“Estou a levar produtos perecíveis para Cabinda. Não sei se vão chegar em condições ou não devido aos constrangimentos impostos pelo mau estado da via”, sublinhou.

Afonso Longueza, proveniente da província de Benguela, disse que circular nesta época chuvosa no troço Mpala/Nóqui exige muita perícia e responsabilidade para se chegar em condições ao destino.

“Sofremos muita pressão por parte dos proprietários de mercadorias e dos veículos, sobretudo quando passa o tempo de chegada. Eles não querem saber das peripécias que atravessamos na estrada”, expressou.

Já Muangueno Artur, outro motorista, pediu às autoridades no sentido de pressionarem as empresas a quem foram adjudicadas as empreitadas para o cumprimento dos prazos contratuais.

As obras de reabilitação da Estrada Nacional-120, que liga Mbanza Kongo/Nóqui, começaram em Outubro de 2020, no quadro do Programa de Reabilitação de Infra-estruturas Rodoviárias do Executivo angolano e estão orçadas em 66 mil milhões, 43 milhões, 292 mil e 881 kwanzas.

Circulação em condições só a partir da segunda quinzena de Janeiro  

Na ocasião, o governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, que na quarta-feira trabalhou no município do Nóqui, pediu aos camionistas a evitarem de fazer-se à estrada Mbanza Kongo/Nóqui nesses dias, devido às intensas chuvas que caem na circunscrição.

Para o governador, os “homens do volante” deveriam voltar a circular na aludida estrada só a partir da segunda quinzena de Janeiro de 2024, altura em que as empresas construtoras regressam ao trabalho e com a possibilidade de poderem auxiliar os camiões entalados.

Adriano Medes de Carvalho descreveu de crítico o estado actual do referido troço e prometeu trabalhos paliativos tão logo haja um abrandamento das quedas pluviométricas na região.

“Até lá teremos no terreno as máquinas das empresas que estão a construir a estrada Mbanza Kongo/Nóqui”, salientou.

Com a conclusão prevista para 18 meses, as obras desta estrada contemplam, também, a construção de três pontes sobre os rios Luvo, Mpozo e Lué.

O troço comporta nove metros de largura, com duas faixas de rodagens de 3,5 metros cada e um metro de berma em cada sentido.

Banhado pelo rio Zaire, o município do Nóqui tem uma população estimada em mais de 23 mil habitantes distribuídos por três comunas: Lufico, Mpala e Sede. DA/JL

 

 

 

 





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